A Filha de Lúcifer.

Capítulo 1-O começo.

- Hoje. -

Já era tarde, e Lua estava acordada olhando as estrelas. Quando era mais nova, estava nesse mesmo lugar, sentada na janela de seu quarto, quando viu sua primeira estrela cadente. Abriu um sorriso, e fez um pedido. Hoje ela nem sequer lembra desse pedido, mas alguém o escutou.

- Dia 31 de outubro de 1998. Nascimento de Lua. -

Com poucas horas de vida, a criança foi deixada na porta de uma casa grande demais para duas pessoas. Uma batida na porta fez Júlio, pai adotivo de Lua, ir até a porta. Se deparou com um bebê, um envelope e um pingente de colar. Uma pequena pedra negra, e dentro do envelope tinha um bilhete e uma certidão de nascimento. No bilhete estava escrito:
"Entregue esse pingente a ela no seu décimo oitavo aniversário, e dê a ela o nome de Lua. Ela será uma luz em suas vidas. Está tudo certo na certidão de nascimento. Cuide dela, por favor. Não se arrependerão."
Estava tudo estranhamente certo na certidão de nascimento. A menina havia sido registrada no nome de Júlio e sua esposa Elisah, que por sinal amou a criança desde o momento em que a viu.

Lua tinha um cabelo de cor cobre, era branca, quase transparente. Seus olhos castanhos eram grandes, e claros.

Elisah olhou para o seu esposo e logo depois para a criança, abrindo um sorriso e com um olhar esperançoso falou:

-Ela é tão linda, meu amor...

Elisah a segurou.

Adorei seus olhos, querida. Que bonitinho. - disse ela sorrindo pra criança, apertando seu pequeno nariz com delicadeza e depois encostando seu próprio nariz no dela, e balançando a cabeça.- Beijinho de borboleta...-continuou ela balançando a cabeça.

Júlio abriu um sorriso.
-Já vi que vamos ficar com ela então.

Lua... - Elisah disse o nome dela com ênfase, e percebendo que esse nome cairia perfeitamente na criança, o que fez com que Júlio levantasse as sobrancelhas surpreso por perceber tamanha certeza em sua esposa.

Você já tinha isso planejado por acaso? - Ele disse esboçando um leve sorriso. Mas percebeu a expressão de sua esposa mudando, e cerrou seus olhos.
Elisah estava paralisada olhando pra criança, e nem sequer respondeu Júlio, estava distraída demais percebendo o quanto os olhos de Lua estavam diferentes. Era justamente o motivo de ter falado o nome dela com tanta ênfase. Seus olhos grandes a lembraram uma lua cheia, em seu mais alto ápice, brilhante e redonda. Mas o motivo de Elisah estar tão distraída não era esse. Ela podia jurar que a cor castanha dos olhos de Lua, haviam ganho uma tonalidade avermelhada, diferente de tudo que já tinha visto. Mas não comentou nada com seu esposo.

Vamos entrar, meu bem. - disse Júlio a envolvendo em um de seus braços.
-Claro. - Elisah disse carregando a criança, entrando em casa.

A janta já estava quase pronta, Júlio ninava Lua enquanto o cheiro da famosa lasanha de Elisah tomava todos os cantos da casa.

Júlio e Elisah eram um casal comum, e sempre desejaram ter um filho e nos últimos tempos, estavam começando a conversar mais sério sobre isso. Não da pra dizer que Lua tenha vindo na hora perfeita, mas em uma hora necessária, talvez. Os dois não se incomodaram com a chegada dela, apesar de inesperada e repentina, se deixaram levar pelo 'presente' que segundo Elisah, veio dos céus.

Mais cedo, após entrarem em casa, Júlio saiu e teve que fazer algumas compras para o novo membro da família. Fraldas, leite, uma mamadeira com detalhes vermelhos, que Júlio achou que seria 'a cara' de Lua, mesmo sem entender o por quê. Era inverno, e onde moravam, no sul do país, o tempo costumava castigar em alguns momentos nessa época do ano, porém ele só percebeu isso quando chegou em casa, no exato momento em que Lua caiu em um sono profundo em seus braços. Ele fechou os olhos, pediu desculpas mentalmente e tentou acomodá-la na cama do casal.
Sua esposa abriu a porta nesse momento, ele rapidamente a olhou fazendo sinal de silêncio, encostando seu dedo indicador na boca devagar, levantando da cama e saindo do quarto na ponta dos pés arrastando Elisah.

Eles se beijaram, e quase transaram loucamente naquela noite, Júlio parecia um animal feroz, arrancando a roupa de Elisah no meio da cozinha, a levantando e a sentando em cima da mesa, que ela tratou de afastar os objetos próximos logo depois dele a tê-la feito deitar, abaixando o short que ela usava juntamente com a calcinha, e começando a fazer um oral como se estivesse com fome daquilo, enfiando sua lingua e a movimentando de uma forma alucinada, enquanto chupava sua esposa, nesse momento eles ouviram um barulho, apesar dos gemidos enlouquecidos de Elisah. Quando perceberam Lua estava flutuando no ar, olhando para eles com os olhos vermelhos, que agora não eram uma dúvida, mas sim uma certeza pra quem quisesse ver. Os dois se assustaram. Uma das gavetas da cozinha abriram. E uma faca passou pelo corpo de Júlio, o fazendo gritar. Ouviu-se uma gargalhada da criança. Antes que pudesse perceber o que tava acontecendo, a faca foi fincada na coxa de Elisah, e uma outra nas costas de Júlio. Logo após, um faca no coração de cada um.