Capítulo 8- Em comum.

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-Tá, acho que agora dá pra gente ir sem morrer de sede.- Jhin falou, quando saímos do mercado com 3 garrafas de água pra cada um.

-Não gosto de água...- eu disse, mais pra mim mesma do que pra ele. Tenho que parar com essa mania de falar as coisas alto.

-Sério?- ele perguntou, parecendo surpreso.

-Muito.

-Como você sobrevive?

-Ué, como assim?

-Já que não gosta de água mas tem quem beber...

-Eu bebo pouco.

-Você não parece desidratada.

-É porque não estou.

-Você é estranha...

-Um pouco.

Paramos um pouco e ficamos encostados em um muro, embaixo de uma sombra de árvore. Jhin sorriu, e me olhou. Só então percebi que estava encarando ele já fazia um tempo, e ele com certeza reparou.

-Você é bonita, sabia Lua?

-Claro que sim. Falo isso pra mim mesma todos os dias.- eu ri, e ele também. Maldito sorriso, maldita risada.

-Sem brincadeira. Eu te acho bonita e uma garota muito legal.

-Não disse que eu era estranha a pouco tempo?

-Ser estranho não é algo ruim.

-É, que bom que pensamos o mesmo.- sorri.

Voltamos a andar, e começamos a comer as coisas que ele havia comprado. Ofereci chocolate a ele, que recusou.

-Sou mais do meio amargo, ou amargo mesmo. Mas valeu.

-Deixa de frescura.- eu disse e enfiei um pedaço de chocolate na boca dele.- É chocolate branco com cookies. Não é veneno.

-Você é muito idiota.

-As vezes eu também acho isso.

-Vai comer um pedaço de coxinha de carne.

-Jamais.

-Se você estiver em um apocalipse zumbi, estilo The Walking Dead, e só restar coxinhas de carne pra você comer, tu não vai comer?

-Não. E me explica em que momento teve coxinhas de carne em The Walking Dead? Eu nunca vi esse episodio.

-Vai a merda. Espera, você já viu?

-O que?

-Um pônei.

-JÁ, É LINDOOOOOOOO.- eu parei de andar e gritei, lembrando do pônei que tinha visto quando era pequena.

-Meu Deus, eu não te conheço.

-Ai, desculpa.- que vergonha.

-Claro que não era um pônei. Tava falando da série.

-Ah, já vi sim. Amo aquela série. E aquele Daryl. Meu deus, eu dava minha vida pra ele.

-Que isso...

-Ops...- comecei a rir.- Gosto muito dele, sabe. Foda. Um cara bem foda.

-Porque não conseguiu dormir a noite?

-Pensamentos, eu disse...

-Tem vezes que não consigo dormir ou que durmo e acordo assustado. Não são pensamentos bons, como os da noite passada. São pensamentos estranho e sonhos mais estranhos ainda.- ele disse, parecendo perdido em pensamentos.

A Filha de Lúcifer.Onde histórias criam vida. Descubra agora