Capítulo 0

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"Por favor, Ri... por favor..."

"De jeito nenhum, é tarde demais, Ai'Tar." Eu respondi, rejeitando seu pedido enquanto virava meu rosto para longe dele. Virei as chaves do carro na mão, trazendo-as para o centro da palma. Apertei mais as teclas.

"Mas eu tenho que pegar minha esposa."

"Basta pegar um táxi para buscar sua esposa."

"Por favor, Ri, só preciso pegar seu carro emprestado por um tempo."

Soltei um suspiro e dei um passo para trás quando Tar me cutucou no ombro. Não me machuquei, mas não achei que meu suposto "melhor amigo" deveria estar fazendo isso.

"Não, é tarde demais e estou cansado. Vou para casa dormir. Vá embora."

"É só desta vez, você não pode fazer isso por um amigo? Lembre-se do que aconteceu com P'Tian ..."

"Ai'Tar!" Eu sibilei, olhando em volta depois que ele mencionou o nome da pessoa que não deveria ter mencionado. Quando vi que não havia ninguém por perto, respirei aliviado.

Olhei para Tar, que tinha quase a minha altura, e vi um sorriso triunfante em seu rosto. Meus lábios tremiam quando olhei para o céu, que estava quase escuro. Parecia falso porque as luzes do prédio da Faculdade de Multimídia ainda tinham algumas pessoas lá dentro quando se aproximava das 21h. Tar e eu estávamos na frente do prédio, discutindo sobre meu carro que ele queria pegar emprestado.
Não sei quantas vezes isso aconteceu, mas meu carro não parecia mais meu.

Eu não tinha certeza, mas essa seria outra ocasião em que eu não estaria dirigindo meu próprio carro para casa.

Entreguei as chaves do carro para meu suposto 'melhor amigo', Tar sorriu e se preparou para sair.

"Tar..."

"Ei?"

"Não conte a ninguém o que aconteceu entre P'Tian e eu, ok?"

"Claro, claro, amigo."

Quatrocentos e cinco bahts...

Quatrocentos e cinco bahts era o preço do táxi da universidade até casa. Também tive que perder mais algumas horas para chegar lá. Olhei para o relógio para verificar a hora e, depois de pedir ao motorista que parasse no acostamento, entreguei-lhe uma nota de quinhentos baht.

"Você não tem troco de cinco baht?"

"Não, eu só tenho notas grandes."

"Então vou cobrar quatrocentos."

"OK, obrigado."

Ok, então a tarifa do táxi desta noite foi de quatrocentos baht porque o motorista me deu cinco baht de troco. Mas ainda acho que quatrocentos baht ainda e caro.

Estendi a mão para pegar a nota de cem baht que o motorista me deu como troco e coloquei no bolso da calça. Saí do carro, fechei a porta antes que ela estivesse totalmente fechada e o cara saiu correndo pela rua sem muitos carros. Não sei para onde estava com tanta pressa de ir.

Andei um pouco mais e vi minha casa, um espaço comercial de quatro cômodos na rua principal. Minha casa era uma ourivesaria, então a frente da casa estava bem iluminada. O sinal LED mostrando o preço do ouro naquele dia é exibido com destaque.
Mais um passo e eu estava na porta da frente da casa, mas tive que recuar de um jeito estranho para parar e olhar alguma coisa.

"Quem colocou essa placa aqui?" Levantei as sobrancelhas e levantei a mão para escovar o cabelo e focar os olhos. Na penumbra, o grande letreiro de vinil estava a cerca de três metros de mim.

"Phadet Suk Boxing Gym. Você quer ser... forte e durão... inscreva-se hoje! Mas espere..."

Li o convite para participar da aula e ri. A fonte alongada não só cansava meus olhos, mas o texto também parecia um anúncio da TV Direct.
Mas o que mais me chamou a atenção não foi o texto, mas sim o que parecia ser a foto de outra pessoa.

Virei os dedos dos pés para poder virar todo o corpo e olhar a placa.

Ministrado por 'Oye Phadet Suk', bicampeão mundial... "

'Que tipo de meu nome é Oye?'

Balancei a cabeça e finalmente desviei o olhar do homem musculoso e tatuado no pôster, vestindo apenas luvas de boxe e shorts. Repeti a última frase que li em minha mente.

Ministrado por Oye Phadet Suk.

Ugh... nem um pouco interessado em aderir, e mais uma coisa importante... "Que publicidade terrível."

Cerejinha doceOnde histórias criam vida. Descubra agora