capítulo 5

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Há alguém neste bairro que não conheça Oye Phadet Suk, o dono da academia de boxe no fim do beco? Eu vou te dizer que não há. E ao mesmo tempo, não há ninguém neste bairro que eu não conheça...

Conheço todos aqui muito bem. No próximo ano, pretendo concorrer a membro ou parlamento deste distrito. Eu deveria obter uma vitória esmagadora. Sou uma celebridade local.
Por exemplo, esta manhã cumprimentei com familiaridade conhecidos que dirigiam na direção oposta. Cumprimentei o do supermercado, o da loja de artigos religiosos e finalmente cheguei à barraca de mingau na entrada do beco. Não desliguei o motor da minha Honda Forza 350 que havia descido para pedir mingau. Isso porque eu já havia ligado para fazer meu pedido.

Assim que a dona da loja viu meu rosto, ela gesticulou para que sua funcionária me trouxesse o mingau que eu havia pedido.

"Você pediu muito hoje", disse ela.

"Ah, encomendei alguns para o pessoal da academia. Você está vendendo Bem, hoje, tia?"

"Sim, muito bem. Estou prestes a fechar a loja. Ainda bem que muitas pessoas ligaram para fazer pedidos com antecedência, caso contrário, teriam perdido."

"É só que horas e você já está fechando a loja? Deve estar vendendo muito bem. É porque a comida é deliciosa ou a lojista é bonita."

"Ambos, eu acho. Você é tão doce, vou te dar um extra. E o mingau que você pediu para Cherry é só ovos?"

"..."

Eu não respondi, mas balancei a cabeça levemente, admitindo indiretamente que era assim. Se me candidatasse a deputado neste círculo eleitoral, tenho a certeza que teria muito apoio, mas poderia perder a votação se o candidato do partido adversário fosse Cherry. Ele conhece as pessoas daqui ainda melhor do que eu.

"Da próxima vez, você pode pedir o mingau de Cherry. E também alguns gostos de Pa Tong Go Cherry."

"Bem."

Observei enquanto a dona da loja colocava mais coisas no plástico. Quando vi o funcionário do dona da loja me trazendo o mingau, coloquei a mão no bolso e tirei o dinheiro para pagar.
Recebi meu pedido, paguei e pendurei o plástico no guidão da minha motocicleta. Então virei a moto e voltei para a academia de boxe.

A viagem de ida e volta durou menos de dez minutos. Quando cheguei em casa, a academia já estava silenciosa.

Pela manhã os atletas foram trabalhar, restando apenas os boxeadores profissionais e alguns treinadores que ainda treinavam.

Cumprimentei-os em voz alta, pois o ambiente na academia era sempre animado.

Vendo que não havia nada com que se preocupar na área da academia, carreguei meu grande corpo para dentro de casa e examinei a sala com os olhos. Cherry ainda estava dormindo no mesmo lugar e Beam ainda não havia descido.

Fui na ponta dos pés até o sofá onde a figura esguia dormia. O travesseiro que cobria seu rosto caiu no chão. O pescoço de Cherry estava inclinado para frente, apoiado em seu ombro direito. Seu queixo duplo era proeminente, suas bochechas estavam coradas e ele parecia adoravelmente rechonchudo. Seus olhos estavam fechados e sua respiração era constante, mas quente. Cherry geralmente acordava com facilidade, mas o fato de ele não ter acordado mesmo eu estando tão perto dele pode ser porque ele estava muito cansado.

Toquei sua bochecha macia com meu dedo e aproximei meu rosto.

"Acorde, Nong. Coma seu mingau primeiro e depois você pode tomar seu remédio."

Eu só conseguia ouvir o ritmo constante de sua respiração em resposta. Parecia que Cherry não iria acordar facilmente.

Me sentei no chão ao lado do sofá. A mesa de vidro na frente servia como bandeja improvisada para uma tigela fumegante de mingau. Então coloquei a mão na testa de Cherry e murmurei baixinho:

Cerejinha doceOnde histórias criam vida. Descubra agora