Cerejinha doce

Capítulo Especial 2: Protegendo a Loja de Ouro

"Como...?" Essa foi a primeira pergunta que me veio à mente depois de atender o telefonema de Cherry. Soou abrupto e direto, mas nós dois estávamos acostumados a falar assim um com o outro.

De repente, Cherry me ligou de manhã cedo. Achei que você devia ter algo urgente para fazer para me ligar agora.

Ele limpou a garganta como se tivesse engasgado com as palavras porque estava falando rápido demais.

[Está livre?]

"O que você quer dizer com livre?"

[Papai e mãe levarão a vovó ao funeral de um amigo no campo. Tenho que ficar aqui e vigiar a loja. Não há ninguém para me fazer companhia. Hoje é dia livre na academia, então gostaria de saber se você está livre.]

"Então você está me pedindo para fazer companhia a você na loja? E quanto ao meu salário? Como você vai me pagar?"

[O que você quer?]

"O que eu quero... deixe-me pensar um pouco."

[Olha, você está fazendo boas ações sem esperar nada em troca. Posso cuidar das minhas próprias coisas. Você não precisa vir.]

Assim que ele terminou de falar, Cherry desligou. Alguém como eu estaria interessado nisso?
Ha!... O que estou esperando? Vou tomar banho,  arrumar e ajudar minha esposa a cuidar das joias.

Porém, antes de sair de casa, eu tinha uma coisa importante para cuidar: limpar bem a casa. Então, era quase meio-dia quando cheguei na frente da joalheria.

Passei para comprar o arroz de pato favorito de Cherry em sua loja favorita. Quando cheguei, ele fez cara de vitorioso e contraiu o canto da boca sarcasticamente, como se dissesse... eu sabia que você viria.

"Você disse que não viria, mas também apareceu com arroz de pato. Você deve me amar mesmo, né?"

Além de Cherry, que estava na loja, havia também outra mulher que reconheci vagamente. Afinal, ele não estava realmente sozinho.

"Você disse que estava sozinho. Se eu soubesse que tinha alguém aqui, não teria vindo..." O que não era verdade, porque mesmo que a casa estivesse cheia de gente, se ele não viesse me ver, e eu ainda iria até ele.

"Ela vai para casa às quatro. Estou muito sozinho em casa. Mamãe e papai vão passar a noite. É assustador, você sabe. Sou muito pequeno. E se alguém invadir e fizer algo ruim?"

"Ei, você não me disse que estava me pedindo para passar a noite aqui para que eu pudesse trazer algumas roupas."

"Tenho muitas camisas grandes. Tenho uma calça sua. Elas foram deixadas aqui na última vez que fomos a Kanchanaburi. Já está lavada e dobrada. Você não precisa voltar e pegar nada, é só usar o que tiver. aqui."

Devo dizer que venho com frequência à casa de Cherry. Já subi muitas vezes ao quarto dele, mas nunca dormi na casa dele porque minha casa fica perto e não quero incomodar a família dele. Além disso, Ri gosta mais de dormir na minha casa do que na dele. Ele vai para a cama cedo e diz que se me fizer dormir não se atreverá a fazer nada barulhento comigo, o que significa assistir filmes ou jogar.

"Phi, vou comer primeiro. Comerei rápido e depois voltarei para cuidar da loja para você. Você tem um almoço com seu amante, certo? Sairei em breve. " Ri se virou para flar para a outra pessoa que estava com ele no início. Os clientes tinham acabado de sair da loja, então éramos só ela, Cherry e eu. Ele olhou para cima e sorriu amplamente antes de concordar. Ri pegou meu braço e me levou para trás da loja, foi direto para a cozinha e tirou pratos, tigelas, colheres e garfos para comer arroz.

Terminei de comer antes de Cherry e me ofereci para limpar tudo. Ele provavelmente não faz tarefas domésticas com muita frequência. Cherry sabe lavar louça, mas não é muito boa nisso. Cada vez que ele me ajuda a lavar a louça, ela fica gordurosa e tenho que lavá-la novamente.
Eu resolvo esse problema sempre lavando a louça sozinho. A louça não fica gordurosa, ele não cansa e fico feliz em cuidar do meu namorado.

Estamos loucos de amor, sabe? Reclamamos um do outro o tempo todo, mas cedemos em tudo.

Não venha zombar disso porque eu mesmo sei disso.

Quando terminei de lavar a louça e voltei para a joalheria, vi que havia alguns clientes. Ri olhou para mim com o canto do olho antes de se voltar para os clientes, abrir isso e aquilo e começar a trabalhar.

Fui sentar em uma cadeira giratória vermelha. Estas cadeiras parecem ser a assinatura do joalheiro. Levantei meus braços e os cruzei, observando Cherry enquanto ele se concentrava em seu trabalho. Ele provavelmente sabe que estou olhando para ele porque se virou e sorriu amplamente para mim.