Madden Mori.

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Dias atuais

THUNDER BAY.
Madden pov.


Elleanor anda devagar ao meu lado, sua respiração acelerada enquanto segura o pingente de coração de seu colar como se ele fosse salvá-la.

Minhas mãos agarram sua cintura e, no mesmo instante, sua respiração cessa. Não consigo conter o sorriso que se forma em meus lábios. Meus dedos acariciam a pele de Nell; me agarro à sensação de tocá-la e quero apreciar cada segundo possível.

— Feche os olhos. — Ela se vira para mim, nossos corpos a uma distância mínima.

— O quê? Não, por que eu fechar-

— Elleanor, apenas confie em mim e feche os olhos. — Seus olhos azuis fixam-se nos meus, e sinto que posso corromper cada pedaço de sua alma nesse instante. — Eu a guio até lá, apenas feche os olhos.

E ela finalmente não questiona. Ela se vira para frente e seus olhos se fecham. Assim que minha mão toca sua cintura novamente, sinto sua respiração acelerar.

— Relaxe, princesa, estou logo atrás de você.

Sua mão segura meu braço como se precisasse se certificar de que eu não iria embora. Os passos de Elleanor são leves e, Deus, sinto falta de vê-la dançar.

Depois de alguns minutos, eu paro e ela faz o mesmo. Empurro a porta da parte de trás da igreja que abre facilmente; sinto sua mão apertar meu braço como se buscasse respostas.

Eu a guio para dentro da pequena sala e, quando entramos, encaro o confessionário à minha frente. Seguro seu braço e, assim que entro, ela entra junto comigo.

Eu me sento e a coloco em meu colo; sua respiração vacila, mas seus olhos permanecem fechados.

— Você é esperta, Elleanor, sei que é. — Minhas mãos seguram seu corpo, e eu gostaria de não ter prometido nada a Damon. — Você sabe para que serve o confessionário, não é?

Ela balança a cabeça em concordância, mas sabe que não a quero calada.

— É um local... utilizado para o sacramento da confissão.

Sua voz é praticamente um sussurro.

— E é exatamente isso que você vai fazer agora. Não abra os olhos; você vai falar e focar apenas no meu toque e nas nossas respirações. Somos apenas nós, Elleanor. Só eu e você.

Ela se mantém quieta por um instante, absorvendo tudo que acabei de dizer.

— Eu não sei por onde começar... — Sua voz sai tão baixa, que só a escuto por nossa proximidade.

— Comece pelo de sempre, princesa. "Perdoe-me, padre, porque eu pequei."

E assim ela faz, sussurrando as mesmas palavras que eu havia dito.

— Perdoe-me, padre, porque eu pequei. Eu... Eu ainda o sinto em minha pele e suas palavras continuam em minha mente, repetindo que a culpa é minha.

Sua voz vacila e a raiva se faz presente em meu corpo, mas faço o que tenho que fazer. Minhas mãos seguram sua cintura por dentro do uniforme, minha boca vai até seu pescoço e observo sua pele arrepiar.

— Mas quando você me toca, eu paro de senti-lo em meu corpo. E eu não gosto que você pareça com a minha salvação, porque eu sei que sou a última garota com quem você se importa.

A vontade que tenho é de mandá-la calar a boca, de contar que ela é minha desde a primeira vez que a vi. Mas, se eu interrompê-la, ela não voltará a falar.

Deixo rastros de beijos pelo seu pescoço. Minhas mãos começam a passar pelo seu corpo, deixando meu toque em quase toda sua pele.

— E eu odeio quando você parece que se importa, mas depois vai embora sem mais nem menos. Você não fala comigo direito, não olha mais para mim, e às vezes eu gostaria de te matar por conta de toda essa merda.

Eu não a questiono, apenas deixo que ela fale enquanto suas unhas estão cravadas na pele do meu braço, expondo toda sua raiva.

— Gunnar e Ivarsen não saem de cima de mim, agem como se eu te devesse uma explicação. Você está sempre no escritório do meu pai e é como se escondessem alguma coisa de mim. Não sou uma criança e não te devo nada. Se você não se importa comigo, por que quer saber de cada passo da minha vida?

Quero gritar com ela, segurá-la em meus braços e dizer que a quero desde que ela tinha cinco anos.

— Pare de tirar conclusões precipitadas, Elleanor. Eu nunca disse que não me importava.

— Não é preciso falar nada! Nada! Você não olha para mim, Mads. Você não fala comigo e só aparece quando quer algo de mim. — Sua respiração vacila e ela abre os olhos.

Eu a seguro, virando seu corpo para mim. Os olhos azuis repletos de lágrimas encaram os meus.

Eu a puxo para mim, a seguro contra meu corpo e sequer penso antes de encostar seus lábios nos meus. Elleanor não se afasta; pelo contrário, ela parece precisar disso tanto quanto eu.

Minhas mãos apertam sua cintura e minha língua invade sua boca, buscando cada sentimento preso naquele beijo.

Sou obrigado a me afastar quando a falta de ar se faz presente, mas, por algum motivo, ainda a seguro.

Meus pensamentos são os mais profanos possíveis, e sei que vou direto para o inferno por estar pensando isso dentro de um confessionário.

Mas, contando que eu passe cada minuto da minha vida ao lado dela, a eternidade no inferno valeria a pena.

𝐃𝐚𝐫𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬 • Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora