Elleanor Torrance.

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Dias atuais

THUNDER BAY.
Elleanor pov.


Uma semana se passou desde que meus amigos e eu estávamos na piscina, aproveitando a tarde, quando Mads me encurralou contra a parede e me fez prometer que contaria o que estava acontecendo. Ou seja, faz uma semana que fujo dele como uma foragida, tentando evitar a inevitável conversa.

Hoje é o primeiro dia de aula, meu primeiro dia no ensino médio, que coincide com o último primeiro dia de Mads e Ivarsen. Não consegui dormir bem essa noite, não só pelo nervosismo, mas porque, sempre que meus olhos se fechavam, sentia que Ethan estava de volta, e seu toque queimava cada canto da minha pele.

Estou sentada na cama há exatos dez minutos, encarando a saia quadriculada, as meias brancas e meu All Star preto. Estou pronta para a escola, mas não para enfrentar minha vida. Sou arrancada de meus pensamentos quando Octavia começa a bater na porta e gritar do lado de fora.

— Donzela, vamos logo! Nell, eu vou quebrar essa porta na sua cabeça! Responda!

Eu ri e me levantei, destrancando a porta. Nem tive tempo de pensar quando Octavia agarrou meu braço e me arrastou para o andar de baixo.

Quando entramos na cozinha, mamãe me puxou para um abraço e papai bagunçou meu cabelo.

— Você vai ser a garota mais linda daquela escola, me ouviu? — Mamãe sussurrou no meu ouvido, fazendo-me rir.

Ivarsen me puxou para seus braços, girando-me em um abraço e bagunçando meu cabelo. Assim que fui colocada no chão, Octavia me puxou até o carro, falando o quanto o ensino médio vai ser divertido.

Mas não consegui compreender uma palavra; apenas balancei a cabeça e sorri.

É estranho, meus olhos se fecharam por um segundo e, quando se abriram, já estávamos em frente ao colégio. Tudo o que consigo notar é a quantidade de gente.

Estou dispersa, e isso me irrita.

Assim que todos saem do carro, faço o mesmo, mas, ao fechar a porta, percebo o quanto estou tremendo. Passo os dedos pelos fios do cabelo e sigo Octavia e Indie, que estão andando à frente. Não consigo escutar as pessoas ao meu redor, mas, em compensação, a porra da minha cabeça não fica quieta.

— Nell!

Meus pensamentos são tantos que sinto que vou enlouquecer, mas eles se calam quando Madden segura meu braço. Meus olhos encontram as íris escuras de Mads, e posso jurar que ele sabe o que está acontecendo.

Ele me puxa até um corredor vazio, e eu sequer tento pará-lo.

— Não me coloque contra a parede, eu não estou com cabeça pra isso agora, Madden! Se não percebeu, tive a merda de alguns motivos para não falar com você por uma sem—

— Eu não estou falando nada, princesa. — Sua voz me corta, e ele está certo. Sento no banco e mantenho minha cabeça erguida, para que meus olhos encontrem os dele. — O que você tem?

Balanço a cabeça em negação, e meus olhos encontram o chão no mesmo instante. Antes que Mads possa me questionar novamente, escuto alguém se aproximar. Quando levanto a cabeça, uma garota está praticamente se jogando em cima dele. Posso jurar que meu corpo está queimando de raiva. Jesus, que porra é essa? Finjo uma tosse diversas vezes, até ela se virar e me olhar da cabeça aos pés.

𝐃𝐚𝐫𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬 • Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora