Capítulo Oito - Maldito biquini branco

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Arrepios percorreram o corpo de Lívia ao se sentar na borda da piscina e afundou os seus pés na água gelada. A meia hora que havia passado fora foi o suficiente para fazê-la se desacostumar com a temperatura.

Ao contrário do dia anterior, que Lívia o passou dormindo, hoje ela decidiu passar o dia na piscina. Enquanto via a sua mãe correndo de um lado para o outro preparando o jantar de sábado, ela decidiu focar em sua mente. E, somente o contato com a água poderia relaxá-la.

A conversa com Catherine na noite anterior mexeu demais com ela, foi inevitável não se sentir culpada por estar enganando-a. Além de estar a usando para conseguir dinheiro. Ela nunca tinha se sentido tão suja em toda a sua vida, mas ter um prazo para salvar a empresa e um pai doente estava levando-a a fazer coisas que nunca sequer havia pensado em fazer.

Mas, Lívia realmente gostava de Catherine. Não a amava, claro não havia tido tempo para conhecê-la o suficiente para isso. Porém, gostava. Sentia-se atraída, mexida e nas duas vezes em que se beijaram, Lívia poderia jurar que estava a ponto de derreter em seus braços. Por isso, que ao forçar um interesse além do que estava sentindo durante a chamada, a fez se sentir mal.

Um lado seu que ainda resistia a encarar a realidade, queria ser conquistada, seduzida. Queria ter o seu tempo respeitado e levado em consideração, queria se demorar em ligações e encontros fora do planejamento. Mas, ela sabia que isso era impossível. Eles não tinham tempo.

Lívia estava sem tempo para se apaixonar, muito menos tempo para superar Érica. Porém, as atitudes da ex-namorada a estava ajudando a acelerar esse processo.

Suspirando, Lívia balançou os pés na água, causando pequenas ondas e sentiu o seu corpo começar a se adaptar a temperatura. Já deveria ser sete da noite, Arthur estava para chegar e Bianca não poderia vir essa noite por causa dos trabalhos. Bianca trabalhava na empresa de seu pai nos recursos humanos, Arthur estava se formando em enfermagem com uma bolsa que a empresa tinha dado.

A empresa fazia parte não apenas da sua vida, mas também dos seus amigos. Não seria apenas a sua família que perderia, mas tantas pessoas que Lívia ficava angustiada só de pensar nisso.

Sete meses. Era o tempo que Lívia tinha para fazer com que Catherine se apaixonasse ao ponto de não se importar com alguns milhões. Ou seja, Liv tinha exatamente sete meses para fazer com que o impossível se tornasse possível.

Isso a fazia lembrar de uma dúvida que passou o dia todo a correndo: com que dinheiro sua mãe estava realizando aquele jantar? Pois, pelo pouco que havia escutado do planejando no café da manhã, só o bufê e os ajudantes de cozinha não sairiam por menos de cinco mil. Balançando a cabeça, afastou aqueles pensamentos da sua mente. Lívia não possuía mais disposição para mais esse problema.

Olhando para o celular, tentou não se importar por não ter recebido nenhuma mensagem de Catherine. Será que ela perdeu o interesse? Se ao menos estivesse na cidade, poderiam fazer alguma coisa juntas. Mas, a distância poderia ser o que sabotaria os seus planos.

E se ela mandasse alguma mensagem? Ontem a ligação partiu de Catherine, hoje deveria ser Lívia.

Mordendo o lábio inferior, pegou o celular que estava em cima do seu short no chão e desbloqueou a dela. Catherine não gostava de ligações, mas Lívia não poderia ligar para ela do nada. Se ela estivesse ocupada, poderia atrapalhá-la.

Abrindo o aplicativo de mensagens, selecionou o chat de Catherine que ainda estava sem nenhuma mensagem e, rapidamente, digitou um "Boa noite. Como foi o seu dia?". Encarando a tela por alguns segundos, viu que a mensagem foi entregue então bloqueou o celular, voltando a olhar para a piscina. Agora, lhe restava esperar.

A um sim de você - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora