Depois de sobreviver a uma situação de quase morte, a adolescente Sarada Uchiha passou a ser capaz de se comunicar com os espíritos, fazendo deles seus únicos amigos.
Obrigada a mudar constantemente de cidade, Sarada acaba indo morar na famosa mans...
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Sarada Uchiha
"Ainda de olhos fechados, sentindo uma dor excruciante por todo o corpo, escutei passos rápidos vindo na nossa direção, seguidos de uma voz rude e afobada.
– Caralho mano! Vamos embora logo... deixa elas aí. – disse o desconhecido para outro alguém que apenas grunhiu em desacordo.
– Precisamos sair daqui antes que a polícia chegue ou estarei ferrado.
A outra pessoa com quem esse imbecil falou, nada respondeu e somente se afastou, deixando eu e minha mãe sozinhas naquele carro capotado.
Confusa, provavelmente em decorrência da forte batida na cabeça, eu não sabia precisar quanto tempo se passou. Minhas pernas estavam presas na lataria amassada do carro e eu só conseguia mover o braço esquerdo.
Por diversas vezes tentei chamar pela minha mãe, sem obter qualquer resposta de volta. Estiquei o braço livre, o máximo que pude numa tentativa falha de alcançá-la, conseguindo apenas tocar com a pontinha dos dedos no banco do motorista.
– Mama...mama! Po-por favor abra os olhos. Por favor...
Nada, nenhuma voz, suspiro ou choro, eu recebi de volta.
Nada.
Apenas um silêncio mortal dolorido.
Mamãe estava morta e seu corpo sem vida jazia apoiado no airbag estourado do volante.
Sirenes acompanhadas de luzes vermelho piscante, foi o segundo som que me atingiu naquela noite, em conjunto com um par de braços uniformizados que se esforçavam para me tirar daquele carro todo amassado, mesmo com a minha recusa em sair de perto da minha mãe. "
E foi assim que o meu pesadelo vivido na terra teve início. Naquele fatídico dia que eu fazia questão de não esquecer.
Encontrar Kawaki Uzumaki pelo corredor do colégio Folha Verde, me fez reviver inconscientemente todo esse martírio.
Algo nesse garoto me inspirava um ódio genuíno, tão forte que acabou me desestabilizando emocionalmente, fazendo eu desmaiar.
E novamente minha alma foi trazida para o meu inferno particular, cultivado com muita raiva e tristeza.
Frio, muito frio, um breu assombroso, repleto de podridão, gritos desesperados de dor e cheiro forte de sangue, faziam parte do cenário onde eu me encontrava chorando de soluçar.
Era sempre assim.
Aterrorizante, doloroso, revivendo em looping eterno o dia do acidente em que perdi minha mãe, até que eu conseguisse despertar e retornar para o mundo das pessoas vivas. Às vezes era rápido e outras parecia demorar uma eternidade.
Porém, havia algo diferente desta vez. Uma luzinha fraca, pequenininha, mas bastante persistente, lutando para deixar o meu coração aquecido.
E eu a conhecia bem, pelo nome e sobrenome, Boruto Uzumaki.
