Depois de sobreviver a uma situação de quase morte, a adolescente Sarada Uchiha passou a ser capaz de se comunicar com os espíritos, fazendo deles seus únicos amigos.
Obrigada a mudar constantemente de cidade, Sarada acaba indo morar na famosa mans...
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Boruto Uzumaki
Embora a anjo da guarda não tivesse propriamente me liberado para invadir os sonhos da garota Uchiha, era isso que eu fazia todas as noites, desde quando a Sarada havia pedido para me manter afastado dela.
No começo até concordei com essa decisão esdrúxula, respeitando a vontade dela e ficando distante. Mesmo que me doesse pra cacete na alma, comparado a uma dor física, sendo quase impossível de suportar.
Sarada Uchiha tinha ferrado com a minha semi vida. Desempenhando com louvor o papel de rainha do meu purgatório pessoal. Me torturando com a sua ausência.
Eu era um fodido de merda, totalmente rendido a ela. Necessitado de Sarada, como se ela fosse a minha fonte de energia.
Por mais que eu tivesse lutado contra, tentado ignorar, fingido que nada estava acontecendo, havia sido inevitável. Como uma maldita maldição, uma avalanche de sentimentos intensos eclodiu no meu peito, todos exclusivamente destinados a ela.
Pequena, porém cheia de sarcasmo, e possuidora de uma personalidade saborosa. Sarada ainda contava com olhos negros feito a escuridão de uma noite sem lua, uma pele tão alva que me dava vontade de encher de marcas avermelhadas, para que todos soubessem que ela me pertencia e uma boca perfeitamente delineada que me atiçava para prová-la.
Ou seja, a bravinha era uma tentação perigosa encarnada, com o único intuito de me atormentar a mente e o corpo fluídico.
Sim, porque o coração... Ahh esse órgão vital já era todinho dela, sem ao menos precisar se esforçar.
Conectados, unidos por uma ligação espiritual, como se fossemos almas gêmeas, eu sabia que pertencia a ela, assim como desejava que Sarada fosse minha também.
Porém, havia um problema e dos grandes. A garota Uchiha estava decidida a fingir que eu não existia.
Machucado, profundamente machucado, se eu já não fosse um semi morto, tinha certeza que teria morrido de tanto que sentia a falta dessa morena.
Estava habituado em tê-la sempre ao meu lado. Estudando, escutando os meus cd's de música ou simplesmente lendo algum livro em voz alta para mim.
Queria os olhos de Sarada estritamente fixos nos meus. Não aceitava dividir a atenção com ninguém e tinha ficado extremamente enciumado ao saber que ela havia feito amizade com algumas pessoas do Folha Verde.
Tinha me acostumado com a presença dela vagando pela casa. Seu humor ácido e os mínimos sorrisos, reservados pretensiosamente para mim, faziam uma falta absurda.
Ela era a minha garota. Mesmo que não fosse propriamente minha de verdade.
Logo, era óbvio que eu não a obedeceria. Regras nunca funcionaram muito bem comigo. E prazerosamente eu fiz questão de ignorar a suposta normativa de distanciamento, imposta pela garota Uchiha.
