20. Prelude to a Kiss

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CAPÍTULO VINTE
prelúdio para um beijo


Toda solidão é um ápice - Ayn Rand

Hermione acordou em Godric's Hollow na manhã de segunda-feira, sentindo-se muito mais animada do que na semana passada. Sua sessão de treinamento de domingo à tarde com Dumbledore e Lucky tinha corrido muito bem, e Alvo decidiu que eles poderiam passar a treinar outras formas de magia, desde que Hermione continuasse a praticar suas habilidades de oclumência com sua própria elfa doméstica, Piksy.

Depois da aula no escritório dele em Hogwarts, Hermione deixou o castelo e caminhou até o Lago Negro, espalhado como um espelho escuro e ondulado refletindo as montanhas e a floresta. Ela olhou para o campo de quadribol, maravilhada por tão pouco ter realmente mudado desde sua época, tantos anos no futuro. Hermione se esparramou na grama, jogada como uma cruz na terra quente, sentindo-se vazia e achatada sob o peso do sol.

Ela pensou em Harry e Rony, nos Weasleys e em seus pais. Ela pensou em Gina. O que eles fizeram quando descobriram que Hermione havia partido? Será que Ron estava de luto por ela? Ele chorou por ela? Eles se sentiram abandonados por ela?

Hermione sabia que ela não era a mesma pessoa depois da guerra. Ela sabia disso antes mesmo de ter rabiscado aquele encantamento amaldiçoado no pergaminho e viajado de volta no tempo.

Ela pensou em seu estranho encontro com Madame Violette em O Caldeirão Furado e nas cartas que ainda ardiam em sua bolsa de contas. O peso do destino começou a pressioná-la como uma força, ameaçando sufocá-la. Não importava que o objeto tivesse sido criado pelo próprio Voldemort. Que o objeto não tinha sido usado como ele pretendia, isso ficou claro. Havia uma razão para Hermione ter descoberto isso. O universo, os deuses, o destino ou algum poder superior a enviou para cá, para esta época. Havia algo que ela deveria realizar. Ela pensou que seu propósito era claro: matar Voldemort e minar as sementes malignas que ele havia plantado, o movimento desastroso que ele havia criado. Mas agora, Hermione sentia que havia algo muito maior até mesmo do que Voldemort. Ela sentiu uma aceleração ao seu redor, a ajuda de alguma energia mágica amorfa que a impulsionou.

Ela pensou nas cartas.

A Torre... uma revolta violenta.

Morte... o fim de um ciclo e o início de algo novo.

O Cinco de Paus... conflito e competição.

Os Amantes e o Dois de Copas... almas gêmeas.

Julgamento... metamorfose. Uma jornada espiritual ao eu superior.

As cartas incomodaram Hermione. Ela havia sido arrancada de seu destino em uma vida e jogada em um destino alternativo, e já, depois de apenas três meses, ela sentia sua antiga vida começar a desaparecer... uma memória distante. Inacessível. Inatingível. A muito esquecida.

Ela sentia muita falta de todos eles. Ela sentia falta da comida de Luna, George e da Sra. Weasley. Ela sentia falta da familiaridade de ter pessoas que realmente a conheciam e amavam.

Aqui, ninguém a conhecia de verdade.

Foi uma bênção e uma maldição.

Quanto melhor as pessoas conhecem você, mais elas o colocam em uma caixa. Aqui, Hermione se sentia invencível. Ela sentiu como se fosse capaz de atingir todo o seu potencial, de ganhar poder e influência. As pessoas a respeitavam aqui porque não a conheciam. Eles não a rotulariam como uma idiota ou uma novidade (sua magia é notável para uma nascida trouxa). Ela não foi jogada na caixa da amiga "maternal" de Harry e Ron, aquela com cérebro, sempre com o nariz enfiado em um livro, uma enciclopédia ambulante, uma insuportável sabe-tudo.

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