95. Desponsata

103 19 1
                                    

CAPÍTULO NOVENTA E CINCO
Prometida


“Então nos encontramos novamente, Tom. Por favor… sente-se.”

Dumbledore estendeu a mão num gesto para Tom se sentar. 

Tom olhou para o bruxo mais velho por um momento antes de se sentar em frente à mesa do diretor.

Seraphina se arrumou em seu poleiro, grasnando para Tom enquanto abaixava a cabeça, esperando sua atenção.

Tom franziu as sobrancelhas enquanto olhava para o pássaro, sem saber o que havia feito para merecer sua afeição. 

Dumbledore cruzou as mãos sobre a mesa, rindo ao notar o comportamento da fênix.

“Eu acredito que você fez um amigo para a vida toda.”

“Não tenho ideia do porquê.”

“Se me permite arriscar um palpite, imagino que tenha algo a ver com sua proximidade com minha filha.”

Tom estava desconfortável. Ele se recostou na cadeira, tentando se sentir um pouco menos constrangido sobre a tarefa em questão. “Ah… talvez sim, Diretor.”

Dumbledore acariciou sua barba ruiva pensativamente. “Minha filha mencionou seu desejo de que todos nós tomássemos chá juntos… mas você pediu que esta reunião fosse privada. Por quê?”

Tom queria que suas feições fossem vazias de expressão. Ele não confiava no mago na frente dele, mas isso não era problema. 

Tom não confiava em ninguém.

“Tenho certeza de que você sabe que Hermione e eu estamos... envolvidos.”

Dumbledore assentiu, então acenou sua varinha. Uma pequena caixa de lata levitou para fora da gaveta de sua mesa e em direção a Tom. “Pena de açúcar?”

Tom olhou para a caixa como se fosse um infrator, então voltou os olhos para Albus. “Não, obrigado, senhor.”

Dumbledore assentiu com um sorriso e a caixa foi abaixada até sua mesa. “Talvez um pouco de conhaque em vez disso? Tenho a sensação de que essa discussão exigirá uma bebida.”

Tom estava ficando cada vez mais desconfortável. Ele limpou a garganta. “Firewhiskey, se você tiver.”

Dumbledore resmungou e acenou sua varinha novamente. Um armário se abriu do outro lado de seu escritório e duas bebidas começaram a se servir. “Vocês, rapazes, sempre preferem bebidas com gosto de polidor de caldeirão.”

Os lábios de Tom se contraíram.

“Estou inclinado a acreditar que toda vez que você bebe, isso tira um mês da sua vida. Tenha isso em mente, Tom.”

“Levarei isso em consideração, senhor.”

Não seria um problema mesmo se fosse verdade, pensou Tom. Ele teve o cuidado de não se concentrar em suas horcruxes, pois ainda temia os poderes de legilimência do mago mais velho.

Ele tinha um talento natural, assim como Tom.

Dumbledore levitou o par de óculos, um, um cristal bordô profundo, e o outro, da cor de uma esmeralda. Tom pegou o verde com um aceno de cabeça.

“Obrigado, senhor.”

Dumbledore deu um leve sorriso enquanto fazia a aula sobre vinho e eles brindaram no ar, cada um tomando um gole, com os olhos fixos um no outro.

Dumbledore se recostou, estalando os lábios. “A que devo esta visita, Sr. Riddle?”

Tom enfiou a mão no bolso de suas vestes e retirou dois objetos, que prontamente colocou na beirada da mesa de Dumbledore.

INVICTUS IOnde histórias criam vida. Descubra agora