CAPÍTULO 06

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⊱ ──.⋅ 𝄞 ⋅.── ELISA⊱ ──.⋅ 𝄞 ⋅.── ⊰

A decepção no olhar da minha mãe naquele momento era compreensível, nem Eduarda trouxe uma convocação diante de seus olhos, escrito com todas as letras seu nome completo na folha e um pedido formal de comparecimento às 09h no colégio amanhã. Como a minha.

Sentada seriamente no sofá, com um livro em seu colo, minha mãe é amante dos livros de romance, e muitas vezes encontramos ela jogada em um canto da casa com um livro diferente em sua mão. Ela procurava alguma culpa em meu rosto, e eu definitivamente não me sentia culpada, apenas arrependimento de minhas ações. A primeira garota que beijo é logo Nicole Franco, a garota mais mentirosa da escola. Fala sério.

 Minha mãe depois de longos segundos me observando em um silencio assustador, perguntou como e por que isto aconteceu e eu não consegui mentir para ela, contei que Laura e eu apenas estávamos esperando os alunos liberarem os corredores, mas Nicole apareceu atrapalhando tudo e começou a me provocar e eu não suportando observar sua confiança, beijei ela sem antes pensar nas consequências. Ao finalizar de contar o que eu menos esperava ela fez. Eduarda, minha mãe, começou a rir e gritou o nome de minha irmã mais velha, chamando-a para a sala alegando que era urgente.

Me joguei no tapete apoiei um braço na cabeça e esperei enquanto elas me zoavam livremente, na minha frente. Minha irmã me encarou sorrindo largo. Seus pensamentos transbordavam de sua mente e mesmo não dizendo uma palavra, eu sabia muito bem o que ela falaria.

— Beijou a garota que mais odeia, quem diria, maninha. — quando percebi que minha irmã aumentaria a voz para dizer o que apenas passava em sua mente, comecei a dizer uns segundos antes dela e logo em seguida rindo, ela apenas me completou.

— Você sabe que estou certa. No fundo você nunca odiou ela. — Eduarda se aproximou e agachou-se ao meu lado.

— Ela não tem esse direto. — soltei as palavras frustrada junto de um suspiro.

— De ser odiada? Se ela realmente merecesse, ela teria sim. E não acho que este seja o caso dela. — Eduarda sentou-se no tapete.

 Minha mãe caminhou em silencio até o sofá e parou nele apenas observando nossa conversa.

— Não, de me provocar achando que é superior. — com o braço livre coloquei-o cobrindo meus olhos.

Eu estava envergonhada. Não aceito que não odeie mais ela como antes.

— Para mim, ela não pensa desta forma — minha mãe entrou no assunto, ela se inclinou deixando sua cabeça ao lado de minha irmã que está sentada no chão.

 — Para mim, ela não pensa desta forma — minha mãe entrou no assunto, ela se inclinou deixando sua cabeça ao lado de minha irmã que está sentada no chão.

Como ela tem coragem de dizer isso?

— Você fala tanto dela, já pensou que isso não é ódio? Você apenas aceitou que odeia ela?

As palavras da minha mãe permanecem em minha cabeça, da mesma forma que a conversa fica dando voltas em um loop constate, é como um reset. Quando chega ao fim, retorna para o começo.

E na escola não é diferente, fico imaginando se vão chamar a gente para a reunião ou vou ser obrigada a saber como foi só quando chegar em casa hoje, por causa da organização do evento, quase no final do dia.

Eu encarava a folha em branco. Queria desenhar, mas nada vinha em mente, os rabiscos não criavam forma e isso me frustrava. Minha mente está totalmente nublada. E as vezes arrisco encarar Nicole um pouco atrás de mim, desta vez prestando atenção na aula e não me observando como quase sempre fazia. Isso é bom, mas por que isso me frustra tanto? É estranho.

Um Amor Não Planejado - Romance Entre GarotasOnde histórias criam vida. Descubra agora