Capítulo 23

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- Sim, Galã - ela brincou, antes de corar até a raiz do cabelo. Evitando seu olhar questionador, ela passou por ele descendo as escadas.

- Eu sabia que tinha ouvido você me chamar assim ontem à noite. -
Sua voz era enérgica - e diretamente atrás dela.

- Você tem um apelido para Gordon?

- Não tenho certeza se isso é da sua conta.

- Você queria que fosse da minha conta, ou não o teria mencionado.

- Fiquei confusa quando fiz isso. Jonas cantarolou um som cético.

- Como você o conhece?

- Estou... Colocando o bem-estar dele em risco ao contar a você?

- Não. Lembre-se das regras.

Ginny parou e se virou no final da escada. - As regras são praticamente a única coisa em que estou pensando agora.

Ele tocou a ponta da língua no lábio superior. - Eu também.

Eles realizaram um aquecido mini concurso de encarar.

- O que acontece quando você encontrar a pessoa que estava me ameaçando? Você vai dar um tapa no pulso dela e pedir com educação que pare? Qualquer outra coisa seria contra as regras.

- Você não acha que eu considerei isso?

— O que você descobriu?

Ele pegou Ginny pelo pulso e a guiou na direção de seu escritório.

— Você mudou de assunto sobre Gordon. Como você o conhece?

- A mãe dele é a fundadora do meu clube de confecção de roupas. Ela prefere uma mistura de poliéster.

- Coça.

- Sim -, ela concordou com fervor. - E não é respirável de forma alguma.

Um canto de sua boca saltou. - Então você está em um clube de confecção de vestidos. Suponho que você não tenha feito muitos inimigos lá.

- Não... - ela se esquivou, seguindo-o até o escritório e acendendo a luminária da mesa, lançando um brilho escuro no pequeno cômodo.

- Sem inimigos, digamos...

— Seja menos convincente.

- Bem, eu também não diria que fiz amigos. - Ela passou o dedo indicador pela velha escrivaninha de mogno de seu pai e pelas iniciais que rabiscou ali com um transferidor quando tinha onze anos. Seu pai a repreendeu por isso, então a levou para um sorvete de casquinha por culpa.

- Eles me chamam de Garota da Morte, então não conversamos muito durante o café.

A expressão de Jonas se tornou dura.
- Você está bravo por mim - ela respirou. - Tem certeza que não podemos nos beijar?

- Se houvesse um jeito, eu já o teria feito. Várias centenas de vezes. - Ele fechou os olhos brevemente. Quando ele os abriu, eles estavam examinando o escritório e o estômago de Ginny ainda estava no meio de uma cambalhota.

— E quanto aos clientes insatisfeitos? Alguém que se destaca?

Ela se sentou atrás da mesa, espalhando as palmas das mãos na papelada espalhada. - Todo mundo que vem aqui está infeliz. É difícil escolher apenas um.

Um lampejo de dentes brancos. - Eu vejo seu ponto. Isso não vai ser fácil. - Ele se sentou na cadeira em frente à mesa dela. Com um braço envolto nas costas da cadeira e seu cabelo caindo sobre a testa, ele saiu direto de um de seus filmes. Ele só precisava de um cigarro e calças masculinas de cintura alta.
Pensando bem, risque o último.

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