Capítulo 27

161 12 0
                                    

- Você diz essas coisas como se fossem terríveis. Você não quer... Casar?

- Claro. Algum dia. - Intrigada com sua carranca repentina, ela suspirou sobre a bela vegetação na televisão.

- Eu prefiro viajar, no entanto. Você já foi para a Irlanda?

- Sim.

Ginny engasgou e derreteu contra o braço do sofá. - Diga as primeiras cinco palavras que vêm à mente quando você pensa sobre isso.

- Úmido. Amigável. Lareira. Cerveja. Lã.

Ela riu. - Onde é o melhor lugar que você já esteve?

- Nós só estamos em Coney Island há algumas semanas - ele disse baixinho, seu olhar varrendo ela. - Mas é definitivamente promissor.

Porque ela estava lá? Certamente não. Embora seus olhos sugerissem que era exatamente o que ele queria dizer. Mesmo assim... Não. Não poderia ser.

- Sim, o calçadão é muito bom, mesmo no outono —, disse ela com pressa, resistindo por pouco à vontade de brincar com seu cabelo. - Você está planejando ficar muito tempo?

- Eu não sei - Jonas murmurou, uma linha se formando entre suas sobrancelhas.
Espere. Ele tinha se aproximado?
Ginny olhou para baixo para descobrir que era ela quem se arrastava até a metade do sofá.

Ruborizando até a linha do cabelo, ela inverteu até que suas costas encontrassem o braço do sofá.

Jonas deu uma risadinha.

Desesperada para tirar o foco de seu comportamento, Ginny voltou a assistir ao filme, embora fosse impossível não sentir a atenção de Jonas presa nela.

- Minha frase favorita está chegando.

- Não me diga. Eu quero adivinhar.

Um sorriso esticou sua boca. - Ok.

Eles assistiram em silêncio por um minuto e como sempre, Ginny se perdeu no romance da cena. A chuva que açoitava as janelas da pequena cabana, a música que aumentava enquanto o herói procurava o intruso em sua casa. Como ele puxou sua futura esposa contra seu peito.

- Você é ousado - Ginny sussurrou, no ritmo de Maureen O'Hara. - 'Quem deu permissão para você me beijar?'

Várias linhas se seguiram no argumento dos personagens.

Então, - 'Você vai superar isso.' - Ela baixou a voz várias oitavas. -
'Bem, algumas coisas que um homem não supera tão facilmente!

— É essa mesmo -, disse Jonas.

Sua boca se abriu. - Como você sabia?

- Eu tenho meus caminhos. - Ele ergueu uma sobrancelha. - Por que essa frase é sua favorita?

Ginny parou por um momento para pensar. - É bom, não é? Pessoas reconhecendo que alguém as afeta, face a face, em vez de deixá-las adivinhar.

- Amaldiçoando sua capacidade de tornar qualquer situação estranha, ela molhou os lábios e voltou a citar o filme. - 'Como o quê, suponho?'
- 'Como uma garota vinda pelos campos com o sol nos cabelos...
Ajoelhada na igreja com um rosto de santa...'
Ginny soltou uma risada.

- Você já viu este filme!

Ele piscou para ela. - No fim de semana de abertura.

Pensando nele em um teatro antigo com cortinas de veludo vermelho, ela fez um som melancólico.

- Por que você fingiu que não tinha?

- Para que eu pudesse ouvir você falar sobre isso.
Um peso vibrante caiu em sua barriga - e mais uma vez, ela estava no meio do sofá antes de perceber que havia se movido.

Atraída por ele de uma forma que não poderia ser negada ou explicada. Lentamente, como uma aluna do ensino médio faria, ela deslizou a palma da mão aberta sobre a almofada do sofá em direção a Jonas, com medo de respirar, com medo que ele achasse que era uma má ideia.

Quando ele lentamente baixou a mão para a de Ginny e entrelaçou seus dedos, o frio entrelaçado com o calor, a eletricidade subiu pelo braço dela e as narinas de Jonas dilataram-se. Mas ele não tirou a mão - e eles permaneceram assim até que o sono se infiltrou como um bandido e a reivindicou.

Renascido Ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora