Capítulo 26

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- Você realmente não viu este filme? - Ginny contou nos dedos. —
Você teria vinte e um quando foi lançado.

Jonas se acomodou no lado oposto do sofá de Ginny - e ainda parecia muito perto para seu conforto.

- Não, acho que não.

- Talvez seja melhor se você não tivesse visto. - Ela apertou uma série de botões em seu controle remoto. - Eu ficaria com ciúmes se você visse O
Homem Silencioso em um teatro.

Seus olhos foram para o pôster do filme em preto e branco pendurado na parede.

- Por que você tem tal fascínio por filmes de antes de seu tempo?

Ginny encolheu os ombros. - Não sei. Meu pai também achava estranho. Que eu preferia o canal Turner Classic Movies em vez da Disney. Mas acabei por convertê-lo. Depois disso, nós assistíamos juntos o tempo todo.

Uma batida passou. - O que aconteceu com ele, Ginny?

- Ataque cardíaco. - Ela disse as palavras simplesmente, mas um raio invisível se torceu em seu pescoço, como sempre acontecia.

- Ele trabalhava lá embaixo à noite e eu estava dormindo, então não sabia. Eu sempre penso, se tivesse sido apenas uma hora diferente do dia, ele ainda estaria aqui. Eu teria chamado o paramédico para salvá-lo. Ele estaria em uma dieta rigorosa agora, mas totalmente a burlando nas minhas costas. - Ela balançou a cabeça. -
Pensamentos inúteis.

- Eles são impossíveis de não ter.

- Você os tem sobre alguém?

Em vez de responder, ele acenou com a cabeça para a televisão. - Sobre o que é o filme?

- Oh, é maravilhoso. É sobre um homem que viaja para a Irlanda para comprar a casa onde sua mãe cresceu. Ele se apaixona por Maureen O'Hara - à primeira vista. Ela mora ao lado. Vou apenas avançar para a parte. Estou muito animada. - Ginny apertou o botão adequado, tentando não pular nas almofadas do sofá. Fazia muito tempo desde que ela assistia a um filme com alguém, muito menos com um homem lindo.

— Aqui. É aqui que ele a vê no campo... - Ela levou a mão ao peito. - Olhe para o rosto dele. Ele sabe que está acabado.

Quando Jonas não tinha nada a dizer sobre a cena incrível, ela olhou e o encontrou olhando para ela, os lábios ligeiramente entreabertos.

Um arrepio percorreu sua espinha. O momento se estendeu, este homem atemporal de um lado dela, a televisão moderna do outro. - O romance entre duas pessoas normais parece sem sentido quando elas vivem pouco tempo e os vampiros têm a eternidade?

- Não. - Ele gesticulou distraidamente para a tela.

- Normal é como deve ser. O pouco tempo que os humanos têm é precioso. É viver para a eternidade que não é natural.

- Você não escolheu ser um vampiro?

- Sim, na verdade. - Seus dedos se curvaram em suas palmas. - Todos deveriam ter uma escolha. Embora escolher se tornar um vampiro seja sempre a decisão errada.

Sua desolação a fez desejar dar-lhe um abraço, mas desconfiava que não seria bem recebido.

- Certamente há algumas vantagens. Quando você tem todo o tempo do mundo, não está sob as pressões humanas. Arrumar um emprego, casar-se, economizar para a aposentadoria, começar um podcast...

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