Cap4

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Luiza Campos

Olhei de relance ao ouvir a voz feminina pedindo para que me entregassem a ela, logo ouvi barulhos de socos, tiros, vidros se quebrando. Abri meus olhos e o pouco que pude ver foi uma mulher de cabelos longos, bota de couro, casaco e calça aparentemente de couro também.

Quando pensei ter terminado ouvi um barulho de tiro ao meu lado, era o único homem que estava acordado, seu braço sangrava e suas mãos eram trêmulas, mas ele logo apagou com a facada que ela lhe deu. Fechei meus olhos quando a mesma se aproximou.

—Por favor, não me mata. - supliquei baixinho.

—Tenho que sair daqui, vem. - sua voz era serena, calma.

Abri meus olhos e a observei, a mulher estava ajoelhada sobre mim e seus olhos se encontraram com os meus. Seus olhos pareciam esmeraldas, sua pele clara e aparentemente suave. - tive vontade de tocar em seu rosto. Mas não o fiz. Ela se abaixou perto de cada pessoa no quarto e vasculhou seus bolsos, até que pegou algo em suas mãos e colocou no próprio bolso.

A mulher me guiou até a saída da casa, ela estava atenta, observava cada canto. Quando saímos entrei em uma SUV preta que a mesma dirigiu rapidamente, olhei para a janela apreciando a paisagem mal conhecida por mim.

Pensei centenas de vezes me libertar daquele lugar, mas não pensei que seria assim. Nem sei se ficarei viva depois disso.

—Henry a mandou me tirar de lá? Onde ele está? - perguntei baixinho, ainda olhava para a paisagem.

—Não. - respondeu seca.

—Porque me salvou então? - questionei. Estava curiosa.

—Ainda estou decidindo se vou te salvar. - engoli seco com sua resposta e decidi me calar.

***

Valentina Torricelli

—O que faremos com a garota valen? - Igor perguntou.

—Coloque-a lá em baixo, em um quarto. - Minha atenção voltou ao computador a minha frente. Quando fui na casa em que salvei a garota, peguei um arquivo de Henry, no qual teria informações que talvez me interessassem.

—Certo. Com licença. - acenei com a cabeça e logo ouvi seus passos se afastarem.

Algumas horas depois resolvi ver meu convidado, caminhei pelo imenso quintal da casa, entrei na pequena cabana, abri um cofre com a senha e logo vi a tela na qual coloquei outra senha e pude ver o chão se mover, dei um pequeno sorriso e desci as escadas.

Meus saltos ecoavam pelo local, logo pude ver Igor que me seguiu pelo local, cheguei até a cela onde estava Henry e dei um pequeno sorriso ao vê-lo.

—Está um lindo dia, pena que não possa ver. - Provoquei o lixo a minha frente.

—Quem é você? Quem te mandou? - sua voz me parecia alterada.

—Acho que esqueci de me apresentar né. Me chamam de Senhora Torricelli - Ele me olhou espantado. —A única herdeira de Marcello Torricelli - Sorri para ele.

Acenei para Igor que abriu a porta da cela, me sentei na cadeira que havia ali e o observei. O homem estava encolhido sobre o chão, a cela em que estava tinha apenas duas cadeiras e um pequeno buraco no chão para que fizesse as necessidades.

—Sente-se. - apontei para a cadeira a minha frente, pouco menos desconfortável que a minha. O homem me olhava assustado e não respondia. - Vamos, não sai do inferno atoa. Quero conversar. - minha voz saiu um pouco mais grave, ele se apressou e fez o que eu havia mandado.

—O que quer de mim? - fugia de meu olhar.

—Sua alma. - Pude observar suas mãos trêmulas. — Mas antes, vai me contar tudo o que eu quiser saber. Principalmente como conseguiu acessos a coisas de me diz respeito.

—Me mate. - falou.

—Eu acho que farei melhor, o que acha da sua esposa? - ele me encarou finalmente. Seus olhos eram gélidos e frios.

—Luiza? Uma puta que meu pai comprou para mim. Não tem importância alguma. - Sua voz tinha um ar de sinceridade.

—Traga a mulher. - Igor rapidamente obedeceu.

Luiza Campos

O homem que havia me deixado no quarto de algum lugar no subsolo apareceu em minha frente, ele era lindo. Sua pele é clara, seus olhos eram quase verdes, seu cabelo meio despojado e seu uniforme engravatado. Parece um modelo de capas de revistas.

Sem falar uma palavra ele fez sinal para eu me aproximar e assim o fiz, o homem me algemou e me puxou pela algema, o lugar não era tão sujo, mas não era lindo, caminhamos até uma cela e ele quase me jogou dentro. Pude observar Henry e aquela mulher que havia me salvo no dia anterior.
O homem me prendeu em algo na parede e entregou uma caixa para a de olhos verdes.

—O que é isso? Não me machuque por favor.

—Apenas uma puta certo? - ela se levantou e caminhou até mim. —Veremos. - senti algo gelado em minha testa. - era uma arma.

A de olhos verdes puxou o gatilho e olhou para Henry mais uma vez, ele sorriu. Então pude ouvir o barulho de tiro que incomodou meus ouvidos. Mas o tiro havia sido no teto, não entendi muito mas apenas respirei fundo.

—Certo, leve-a novamente. - disse a mulher.

10 votos e eu solto mais um capítulo hoje.

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