Capítulo 02

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Elizabeth Wash
Hoje

Acordei desorientada, sentindo um leve peso na cabeça. Meus olhos se abriram lentamente, ajustando-se à claridade que invadia o quarto através da cortina aberta. Pisquei algumas vezes, lembrando onde estava. A casa dos meus avós.

Suspirei me esticando na cama e pegando o celular no criado-mudo e vi que eram sete da manhã. Dormi a noite toda. O descanso pareceu aliviar um pouco do peso que sentia desde que cheguei à ilha.

Levantei-me, fui ao banheiro e tomei um banho rápido. Vesti um vestido leve e florido, perfeito para o clima da ilha. Penteei meus cabelos pretos e os deixei soltos.

Após minha higiene matinal, desci para a cozinha. Lá, encontrei Maria, a cozinheira, já ocupada preparando o café da manhã.

— Bom dia, Maria — cumprimentei, sorrindo.

— Bom dia, Liz! — respondeu ela, com um sorriso caloroso. — Sente-se, estou preparando ovos com pão para você.

— Vejo que ainda lembra do meu café da manhã favorito.

— Ah, como esquecer. — Ela vira de lado para me olhar calorosamente — Você me pedia sempre os mesmos ovos com pãozinhos.

Sentei-me à mesa, observando enquanto Maria trabalhava com eficiência. Em poucos minutos, ela colocou um prato de ovos com pão na minha frente.

— Obrigada, Maria. Está com um cheiro ótimo.

— De nada, querida. Agora se alimente pois você não jantou ontem.

Enquanto começava a comer, Carlos entrou na cozinha, sorrindo ao me ver.

— Bom dia, Liz! Como foi sua noite? — perguntou ele.

— Dormi muito bem. Obrigada por me trazer — respondi, sentindo-me realmente grata pelo acolhimento caloroso.

— Pensei em te chamar no jantar, mas imaginei que estivesse cansada da viagem.

— Agradeço, Carlos. Realmente, nem vi quando eu dormi.

— Estou indo à cidade. Você quer alguma coisa de lá? — perguntou ele.

— Não, obrigada. Estou bem por agora.

Ele sorriu e se despediu, saindo para cuidar de seus afazeres.

🕘Quebra de tempo 🕘

Depois do café da manhã, decidi caminhar um pouco. Saí de casa, sentindo a brisa fresca do mar.

Notei um buggy na garagem da casa ao lado que não estava lá quando cheguei. Continuei andando, observando a casa vizinha, quando de repente bati de frente com alguém e meu celular caiu na areia.

— Me desculpa — disse, abaixando para pegar o celular.

Quando olhei para cima, me deparei com olhos azuis arregalados me encarando. Um homem alto, forte e incrivelmente bonito estava à minha frente. Seus cabelos tinham tons loiros e castanhos, como se fossem beijados pelo sol, e sua pele era bronzeada.

Meu celular tocou e vi o nome "David" piscando na tela. O homem também olhou para o nome no celular. Antes que eu pudesse dizer algo, ele abriu e fechou a boca várias vezes, parecendo confuso.

— V...você...

— Tudo bem, senhor? Me desculpa por isso. Sou Elizabeth e moro ali do lado.

Falei, entusiasmada para fazer amizade, mas ele fechou a boca em uma linha dura, seus olhos antes surpresos agora me encaravam com raiva.

— Vê se presta atenção por onde anda, Elizabeth — Ele diz meu nome como se estivesse com nojo, e me dá uma última olhada antes de se virar e entrar na casa vizinha me deixando sozinha.

Fiquei parada, perplexa, enquanto ele se afastava.

Quem era aquele homem e por que parecia me odiar tanto?

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