Dylan Bolat
HojeA manhã estava tranquila, como qualquer outra na ilha. O sol brilhava forte do lado de fora da janela do meu escritório no segundo andar, mas eu mal percebia.
Estava imerso no trabalho, cuidando dos negócios da família Bolat.
Planilhas, e-mails e relatórios ocupavam minha tela, e eu tentava me concentrar, apesar dos pensamentos persistentes que rondavam minha mente.
O som da campainha interrompe meu foco.
Franzi o cenho, surpreso, pois raramente alguém me incomodava em casa, especialmente tão cedo.
Levantei-me, ajustei a postura e caminhei até a porta do escritório. Desci o lance de escadas rapidamente, ainda pensando em quem poderia estar à porta.
Ao abrir, fiquei surpreso ao ver Elizabeth parada ali, a luz do sol destacando cada detalhe do seu rosto.
Meus olhos instantaneamente capturaram a visão das cinco pequenas sardas, quase imperceptíveis, que se alinhavam suavemente sobre o nariz e as bochechas.
Um, dois, três, quatro, cinco...
As cinco sardinhas continuam em seu rosto, pensei, meu coração apertando de maneira estranha.
Seus olhos expressivos, que sempre pareceram conter um universo inteiro, agora carregavam uma pitada de tristeza que eu não podia ignorar.
As bochechas coradas contrastavam com os traços de lágrimas recentes, me fazendo engolir em seco.
A visão dela, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão familiar, trouxe uma onda de emoções conflitantes.
— O que você quer? — minha voz sai mais áspera do que eu pretendia, mas a raiva e a confusão ainda estavam presentes, mesmo depois de todos esses anos.
— Podemos conversar? — ela pergunta, sua voz suave, quase suplicante.
— Olha... — comecei a dizer, tentando me proteger do turbilhão de sentimentos.
— Por favor, Dylan. — O som da voz dela, pedindo por favor, causa um reboliço dentro de mim.
Como sempre, eu não resisto a ela.
Nunca resisti.
— Entre — digo, movendo-me para o lado para permitir que ela passasse.
Enquanto ela entra, eu fecho a porta segurando o fôlego.
O cheiro adocicado do perfume dela invade minhas narinas, trazendo de volta memórias antigas e enterradas.
Faço uma pausa, colocando a mão no coração acelerado, tentando me recompor antes de continuar.
— Por aqui — indico a sala de visitas. — Sente-se no sofá.
Ela obedeceu, sentando-se com uma graça que me deixou ainda mais desconcertado.
Caminhei até a sala, ainda tentando acalmar meu coração.
— Quer beber algo? — Tento ser cortês, apesar da tensão evidente.
— Não, obrigada — ela responde, a voz ainda suave, mas firme.
Enquanto ela se acomoda no sofá, noto que aperta as mãos uma na outra, um sinal claro de nervosismo.
Um hábito antigo.
Sentar-se ali, tão perto dela, me fazia crer que eu estava vivenciando um sonho adormecido.
Quero tanto entender o que a trouxe até aqui, mas ao mesmo tempo, temo as respostas que poderiam vir.
Sentei-me na poltrona em frente a ela, tentando manter a compostura.
Sabia que essa conversa seria difícil, mas algo dentro de mim ansiava por respostas, tanto quanto ela parecia precisar delas.
❤️Por você, Amor❤️
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Por você, Amor.
RomantikQuando Elizabeth Wash decide passar o verão na casa de praia de seus avós, ela não esperava encontrar um vizinho enigmático que despertaria sentimentos tão intensos. Dylan Bolat, com seus olhos penetrantes e comportamento frio, parece odiá-la desde...