Capítulo 05

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Elizabeth Wash
Hoje

— Como você conheceu a ilha? — Ana perguntou, sorrindo, mas com um traço de timidez perceptível em sua expressão.

Suspirei suavemente, sorrindo para tranquilizá-la.

— Bom, eu morei aqui por um tempo quando era criança, e meus avós moraram aqui a vida toda.

— Pera aí, como eu nunca te vi, Elizabeth?

— Sabe que eu não sei, Catarina.

Rimos juntas, alto e sem reservas.

— Por favor, me chama de Cat.

— Então me chame de Liz.

— Bom, eu sou só Ana mesmo.

Rimos ainda mais alto, compartilhando um momento de descontração. Antes que a risada pudesse se dissipar, um rapaz alto de olhos verdes apareceu por trás de Ana, abraçando-a pelos ombros.

Ele olhou diretamente para mim, com um sorriso travesso nos lábios.

— Ou, você pode chamá-la de borboletinha.

Ana ficou visivelmente tensa, suas bochechas corando levemente. Ele a soltou rapidamente, dando-lhe um beijo rápido na bochecha antes de se afastar em minha direção, estendendo a mão.

— Sou Matthew. Prazer em conhecê-la, Liz.

Cumprimentei-o, notando que ele ouvira nossa conversa ao me chamar de Liz. Matthew deu um peteleco brincalhão na testa de Catarina antes de pegar uma bebida e se juntar a Lucas e sua namorada junto ao Buggy.

Catarina suspirou, sorrindo de maneira carinhosa.

— Esse idiota é meu irmão, Matthew, ou você pode chamá-lo de cachorrinho da Ana.

— Qual é, Cat — Ana fingiu um bico, embora seus olhos brilhassem.

— Acho que nem vou perguntar o que está rolando.

Tentei descontraí-las, percebendo a tensão nos ombros de Ana apesar de sua expressão feliz.

— E quem são seus avós, Liz? — pergunta Ana, curiosa.

— Benedita e Wagner Wash — respondo, notando a expressão de surpresa em Catarina.

— Não acredito! Eles eram amigos próximos dos meus pais! — exclama Catarina, surpresa. Ana assente, confirmando.

— Nossas famílias eram realmente muito próximas. Lembro de ouvir histórias sobre os verões que passavam juntos aqui na ilha — diz Ana, com um sorriso nostálgico.

Catarina olha para mim com um brilho nos olhos e diz:

— Então é você, a neta que eles tanto queriam que voltasse.

Antes que eu pudesse responder, uma voz atrás de mim cortou o ar:

— E que não era para voltar nunca mais.

Meu corpo se enrijeceu em reconhecimento; sua voz era firme e carregada de uma intensidade que me deixou desconfortável.

— O que... — murmurei, sem saber o que dizer.

Ele permaneceu em silêncio por um momento, observando-nos com um olhar que parecia penetrar fundo em minha alma. Sua presença trouxe uma atmosfera pesada e tensa ao nosso redor.

Era o mesmo homem que esbarrou em mim mais cedo, o vizinho da casa ao lado. A raiva instantaneamente tomou conta de mim.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo pela segunda vez hoje? — perguntei, minha voz carregada de indignação.

Ele apenas riu, um riso que não chegava aos olhos, e deu as costas para mim.

Sentindo uma mistura de frustração, raiva e curiosidade, observei Matthew seguir atrás dele.

Catarina tocou levemente meu braço, tentando acalmar a situação.

— Liz, o que aconteceu aqui? — perguntou ela, confusa.

Respirei fundo, tentando afastar a irritação.

— Esse loiro idiota! Quem é ele?

— Ele é Dylan Bolat — respondeu Ana, levantando-se para ficar ao meu lado, algo que eu nem notei que ela fizera. — É um dos nossos amigos.

— Vocês o conhecem? — perguntei, surpresa, enquanto me sentava, ainda me sentindo incomodada.

— O Dylan é o cara mais gentil desta ilha. Não sei por que ele te tratou assim.

Ana me abraçou rapidamente e se sentou novamente.

— Tem certeza de que não o conhece?

— Nunca o vi na minha vida.

Olhei para Catarina, que parecia perdida em pensamentos assim como eu.

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