Capítulo 16

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Elizabeth Wash
Hoje

Dylan e eu seguimos até a sala de visitas em um silêncio tenso.

Ele se senta na poltrona oposta, e sinto o peso de seu olhar enquanto ele espera que eu fale.

— Carlos e Maria me contaram sobre nossos pais — começo, minha voz hesitante. — Sobre como minha mãe e a sua eram amigas, e como tudo desmoronou por causa do seu pai.

Ele assente, o rosto sombrio.

— É verdade. Nossas mães eram melhores amigas, mas tudo mudou quando Marcos entrou na vida delas. Minha mãe ficou com ele e engravidou. Sua mãe, nunca aceitou isso.

— Minha mãe se sentiu traída — murmuro, mais para mim mesma do que para ele.

— Sim, e essa rixa entre as famílias nunca acabou. Sua mãe fez de tudo para que você e eu nunca nos aproximássemos novamente.

Sinto um aperto no coração ao ouvir isso.

— Dylan, eu não sabia de nada disso. Eu não lembrava...

Ele me interrompe, sua expressão endurecendo.

— Você me deixou, Elizabeth. Você simplesmente foi embora e me deixou sozinho.

— Não foi assim...

Ele levanta a mão, silenciando-me.

— Eu vou pegar uma água. — Ele se levanta rapidamente, e eu, impulsionada por uma necessidade desesperada de resolver isso, digo:

— Eu vou com você.

Seguimos até a cozinha. Dylan abre a geladeira e pega uma garrafa de água para ele e, surpreendentemente, um suco de morango para mim. Ele se vira, entregando-me o copo.

— É o meu favorito — comento, surpresa, enquanto pego o copo.

— Eu sei — diz ele, sem pensar.

No momento em que levo o copo aos lábios e tomo o primeiro gole, suas palavras me atingem com força.

Engasgo-me com o suco, tossindo.

Dylan reage rapidamente, tirando o copo das minhas mãos e batendo suavemente nas minhas costas, tentando me ajudar.

Quando finalmente recupero o fôlego, percebo quão perto estamos.

Suas mãos permanecem em minhas costas, e eu sinto a respiração dele no meu rosto.

Meu coração acelera de uma forma incalculável.

Ele pega uma mecha do meu cabelo e a coloca atrás da minha orelha, os olhos fixos nos meus.

— Está melhor? — pergunta ele, a voz rouca.

Antes que eu possa responder, a campainha toca novamente, quebrando a tensão. Ele se afasta abruptamente, confuso.

— Eu vou atender a porta — diz claramente desnorteado.

Que merda aconteceu aqui?

Ele caminha até a porta e a abre, e vejo sua postura enrijecer.

Curiosa, me aproximo para ver quem é.

E é David, e ele não parece nada contente.

— Onde ela está? — pergunta David, a voz cheia de determinação e raiva contida.

Eu me sinto gelar.

O que David está fazendo aqui? E como ele sabe onde estou?

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