Capítulo 08

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Dylan Bolat
Passado

As ondas do mar lambiam a areia enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu com cores de fogo e dourado.

Estávamos na praia, como tantas outras vezes, mas naquele dia havia algo diferente no ar.

Sentia um nervosismo, uma expectativa que não conseguia explicar.

Na verdade, eu sabia sim, com 15 anos não tínhamos mais a inocência dos seis... Elizabeth está crescendo assim como eu e está cada dia mais linda.

Ela estava ali, a alguns passos de mim, a bruxinha dos meus verões.

Seus olhos brilhavam com a luz do entardecer, e seu sorriso tinha algo de tímido e esperançoso.

— Vem cá, meu bruxinho, olha isso — chamou, acenando para que eu me aproximasse de uma rocha que costumávamos escalar.

Caminhei até ela, o coração batendo rápido, como sempre acontecia quando estávamos juntos.

Ela estava com um vestido leve que balançava com a brisa, e seus cabelos negros contrastavam lindamente com as cores do céu.

Subimos na rocha, lado a lado, observando o mar que parecia se estender infinitamente. Ficamos em silêncio por um momento, apenas apreciando a companhia um do outro.

— Você acha que as estrelas já estão aparecendo? — perguntou ela, olhando para o horizonte.

— Talvez — respondi, meio distraído. Não conseguia tirar os olhos dela.

— Mas acho que ainda é cedo.

Ela se virou para mim, e nossos olhares se encontraram. Havia algo novo em seus olhos, algo que eu não conseguia decifrar.

Então, ela sorriu de um jeito que fez meu coração disparar.

— Dylan... — começou ela, hesitante. — Eu... queria te dizer uma coisa.

— O que foi, bruxinha? — perguntei, tentando parecer despreocupado.

Ela deu um passo mais perto, suas mãos encontrando as minhas. Seu toque era suave, mas cheio de significados. Meu coração parecia querer saltar do peito.

— Você é meu melhor amigo, sabia? — disse ela, com um sorriso que alcançava completamente os seus lindos olhos. — Sempre será, bruxinho.

Senti uma onda de emoções me invadir. Sem pensar, me inclinei para ela. Foi um movimento incerto, cheio de nervosismo e expectativa.

Nossos lábios se tocaram em um beijo suave, desajeitado, de início nossos dentes bateram mas o encaixe depois aconteceu.

Nosso primeiro beijo, juntos, mas cheio de inocência e carinho.

Quando nos afastamos, estávamos ambos corados, mas sorrindo. Era um momento que nunca esqueceria, uma lembrança que carregaria para sempre.

Ela riu, um som que me fez sentir no topo do mundo.

— Acho que gostei disso bruxinho — sussurrou ela, os olhos brilhando.

— Eu também — respondi, sentindo uma felicidade que mal conseguia conter.

Então, em um impulso, segurei suas mãos mais firme e olhei nos olhos dela.

— Sabe, bruxinha... — comecei, minha voz baixa e séria. — Um dia, eu vou me casar com você.

Ela arregalou os olhos, surpresa, mas depois sorriu, um sorriso que fez meu coração acelerar ainda mais.

— Você é bobo, Dylan — disse ela, rindo. — Mas sabe de uma coisa? Eu acho que aceitaria.

Nós dois rimos, um riso cheio de sonhos e promessas, enquanto o sol se escondia no horizonte, testemunhando o começo de algo que nem mesmo o tempo poderia apagar.

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