Capítulo 06

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Dylan Bolat
Passado

Era verão na ilha quando tudo começou, aquele ano em que eu tinha seis anos de idade e meu mundo era tão pequeno quanto a praia que eu corria todos os dias.

Minha mãe sempre me disse para ser cuidadoso, mas naquele dia, eu simplesmente não pude evitar. Eu estava correndo tão rápido quanto minhas pernas permitiam, meus pés descalços afundando na areia quente.

Foi então que aconteceu. Eu a vi pela primeira vez, uma menina com cabelos tão negros quanto a noite, que brilhavam sob o sol do verão.

Ela estava lá, tão perto de mim que parecia que o destino havia traçado nossos caminhos para se cruzarem naquela hora exata.

Eu não consegui frear a tempo e esbarrei nela. Ela caiu de joelhos na areia, olhando para mim com olhos grandes e arregalados.

Meu coração disparou, não por causa da corrida, mas porque algo dentro de mim mudou naquele instante.

Era como se meu mundo tivesse ganhado uma cor diferente, mais brilhante, mais viva.

— Desculpa! — Foi a primeira coisa que consegui dizer, com a respiração pesada.

Ela não disse nada de volta, apenas olhou para mim por um momento que parecia uma eternidade. Então, sorriu, um sorriso tímido que iluminou todo o meu mundo.

Foi nesse momento que eu soube, mesmo sem entender o que era naquela época, que eu estava apaixonado por ela.

— Você está bem? — perguntei, tentando soar adulto e preocupado, como se soubesse exatamente o que fazer.

Ela assentiu com a cabeça, ainda sorrindo.

— Meu nome é Dylan — disse, estendendo a mão, como meu pai me ensinara.

Ela aceitou, e senti uma eletricidade passar por mim quando nossas mãos se tocaram.

Levantou-se, a areia pegando em suas roupas, olhando para mim com curiosidade.

— Oi, Dylan — respondeu, seu sorriso se alargando.

Foi então que notei os detalhes dela pela primeira vez. Ela era mais baixa que eu, e estava usando um vestido de girassol que destacava sua pele morena e seus olhos brilhantes.

Um colar com uma pequena bruxinha pendurada brilhava no seu pescoço, como se fosse parte de sua magia.

— Nossa, você está com um vestido de girassol! E um colar com uma bruxinha! — exclamei, fascinado.

Ela riu, um som que ecoou na minha mente como a mais bela melodia.

— Minha avó me deu o colar. Ela diz que eu sou sua pequena bruxinha e eu amo flores de  girassóis — explicou, tocando o pingente com carinho.

— Então, você será a minha bruxinha — disse, num impulso, antes mesmo que ela pudesse  discordar.

Ela riu novamente, concordando com a cabeça.

— Tudo bem, Dylan. Eu serei a sua só se você for o meu bruxinho.

— Para sempre ?

Estendo aos mãos e ela aperta com as suas pequeninas mãos.

— Para sempre!

E assim começou nossa história, naquele verão de descobertas e promessas, onde eu me apaixonei pela menina dos girassóis, a minha bruxinha.

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