Finn

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O sol da manhã batendo em meu rosto me lembra você, não acho que tenha algo nesse mundo que me faça esquecer de tudo que você fez por mim, Sol, você é a razão de eu estar aqui nesse mesmo lugar após todos esses anos, você nunca vai ser esquecida irmã me sinto incompleta desde que você se foi.

Levanto da cama com meu corpo dolorido pelo colchão pouco confortável em que me deito todas as noites e respiro fundo todo o ar que lhe foi tomado, coloco-me no uniforme pouco convencional e ligeiramente apertado da nova escola e vou direto a minha nova jornada.

Uma escola preparatória plenos meus 17 anos, estou me preparando para quê? Uma universidade que nunca vou poder cursar ou uma vida vendo o sol nascer atrás de uma janelinha com grades. Chega a ser cômico como eu me encaixo plenamente em lugares que não são meus para viver uma vida que não é minha e sim de minha mãe.

A escola embora com uma aparência rústica parece ter uma arquitetura nova, como se fosse uma árvore antiga com flores recém-nascidas.

Ando pelos corredores e faço as aulas enquanto observo Finn Laverne adornado de garotas ricas e visivelmente deslumbrantes pra um lugar como uma escola e andam ao seu redor tal quanto em uma passarela, é como se fossem beija-flores ao redor de uma flor bonita mas morta e sem conteúdo.

Dias observando e eu já sei até a hora que ele vai ao banheiro, ou quando some na sala de ciências coincidentemente ou não sempre com uma garota diferente, típico.

Duncan está sempre cheio de amigos do lado, parece ter uma inteligência limitada dentro de uma casca extremamente atraente e Ethan está sempre solitário, apesar de sua aparência estonteante parece se dedicar aos estudos e ignora toda e qualquer mulher que cruze seu caminho e sinto pelas que insistem.

Eu começo meu plano hoje mae mantenho firme em minha mente e nada pode dar errado, as aulas acabam e eu vou em direção de Finn que como sempre está colado na parede rodeado por três garotas sorridentes e felizes pela simples companhia dele com toda certeza, não parece ser uma pessoa engraçada, me sinto nervosa como se eu fosse explodir, minhhas irmãs faziam isso parecer fácil mas na verdade eu sinto até as pontas dos meus dedos suarem meu desespero.

Os olhos claros e aveludados como mel se voltam aos meus e me medem de cima a baixo enquanto percebo um sorriso de canto mas não do tipo bom, um sorriso que parece esconder todos os segredos sujos da alma podre dele, um sorriso descarado de puro descontentamento.

Sol, você deve ter visto esse mesmo sorriso e pode até ter se confundido antes dele tirar de você o direito de sorrir, não vou cometer esse erro.

—Com licença.

Minha voz treme enquanto as três garotas me ignoram eu limpo minha garganta me adentrando entre elas e uma delas me olha como se quisesse minha alma.

—A professora de Francês me pediu pra falar com Finn.

Elas me olham com descontentamento, eu definitivamente estou atrapalhando algo mas ele parece curioso e se aproxima.

—Fala mais alto bolsista, não está falando com seus ratos de estimação.

Uma das garotas fala com uma voz manhosa esperando a aprovação de Finn e ele solta algo como uma gargalhada contida enquanto me olha de cima.

Merda. Eu não contava com esse detalhe, meu nome foi falado para todos que queriam ouvir como bolsista e isso claramente coloca uma etiqueta escrito pobrezinha na minha testa.

Vamos personalidade confiante, não pode desistir.

Respiro fundo e o olho nos olhos sem me abalar mas abalada.

A vingança do séculoOnde histórias criam vida. Descubra agora