02.

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    Aquele elevador parecia pequeno demais para si. Não trocaram uma palavra sequer desde que entraram no cubículo metálico e os segundos pareciam horas, o silêncio, cortante como uma lâmina.

    Céus, você precisava sair dali.

       Não abre a boca para falar que te contei sobre a surpresa. Gojo diz derrepente, chamando a sua atenção.

    Você o encara com as sobrancelhas arqueadas como se dissesse "e desde quando escuto o que você diz, otário?". Ele revira seus olhos, massageando a ponte de seu nariz irritado, como se fosse capaz de compreender palavras não ditas.

    Estou falando sério, [Nome]. Seu irmão está nessa idiotice desde manhã.
Ele completa.

    Está desesperado assim porque? Não vou contar para o seu dono que anda latindo por aí sem a sua permissão
Pausa, fazendo questão de olhá-lo nos olhos. Não dessa vez. Completa ácida, um sorriso sinico estampado em seus lábios.

    Satoru a encara, desacreditado. Iria manda-la ir se foder ou algo do gênero mas no exato momento a porta do elevador se abre, indicando que haviam chego a cobertura. Você suspira aliviada, sendo a primeira a sair, o platinado sai logo em seguida com uma carranca estampada em seu rosto. Sem dizer nada ele retira uma chave prateada do bolso de sua calça jeans escura, você reconhece o chaveiro de gato pendurado na mesma, havia dado a Suguru anos atrás.

       Cuidado com o que diz, garotinha, eu não só lato como também mordo.    O homem diz com gosto o apelido tão conhecido por si, pegando-a desprevenida com suas palavras. De relance, você pôde vê-lo sorrir satisfeito.

    Filho da puta.

    Havia se esquecido de que trocar tiros com Satoru Gojo, era o mesmo que atirar contra seu próprio reflexo no espelho.

    Em silêncio, você o acompanha colocar as chaves na fechadura, destrancando rapidamente a porta de madeira clara. Satoru é o primeiro a ultrapassa-la, você o segue, um aperto repentino parece esmagar seu coração quando vê, não só Suguru, mas todos os seus velhos amigos ali, esperando por si.

       Bem vinda de volta!    Gritam em uníssono, Shoko e Haibara seguravam um cartaz com essas mesmas palavras no topo de suas cabeças.

    Você ri, raiva e cansaço sendo substituídos por uma felicidade genuína.

    Sem pensar muito você larga as malas que carregava no chão, correndo de braços abertos até Suguru que tinha um sorriso enorme estampado em seus lábios em frente a porta, ele a agarra em um aperto que a deixa sem ar, mas não não ousaria abrir a boca para reclamar, havia sentido falta disso, talvez mais do que fosse capaz de admitir.

    Senti sua falta, pirralha.

    Você se aconchega mais no aperto, fungando as lágrimas que insistiam em cair.

    Estou em casa.

    O resto da noite passou em um piscar de olhos, vocês bebiam e aproveitavam o tempo para matar a saudade colocando os assuntos em dia. No momento, se encontrava sentada no chão envolta de uma mesinha de centro tomada por shots e mais shots de alguma bebida forte o suficiente para fazê-la ter certeza da dor de cabeça que a aguardava na manhã seguinte, jogava conversa fora com Utahime e Shoko que se encontravam tão altas quanto você a essa altura do campeonato.

𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋, Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora