3 - Desconfiança

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Olá, queridos. Demorei, mas voltei.

Quase desisti desse capítulo e apaguei tudo, mas no fim ficou como deveria.

Não revisei, então ignorem os erros. E não deixem de ouvir as músicas indicadas, faz muita diferença, acreditem.

Sem mais, aproveitem.

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Samanun Anuntrakul point of view

Até antes de ontem meu reino vivia em paz e tranquilidade. Humanos estavam sendo mortos e largados aos pedaços em suas casas, mas era um problema pequeno e sem importância se comparado aos que já tivemos ao longo dos séculos. Confesso que era um caso que estava me dando nos nervos, mas ainda havia paz. Não tinha que me preocupar com a segurança da minha filha, ou das minhas crias e amigas. Nem mesmo com a segurança do povo imortal, porque já estava encarregada de garantir isso a muito tempo.

Eu estava no controle.

Nada acontecia sem que eu soubesse, sempre estive um passo à frente, mas tudo virou uma bagunça maior quando esses malditos forasteiros chegaram aqui. Minha filha foi atacada, me envolvi em uma luta corpo a corpo com uma criatura desconhecida e descobri que vampiros de outra raça foram criados a quase dois milênios. Para piorar, essas criaturas resolveram se meter nos problemas do meu reino e ainda pior, aceitei e criei um acordo com eles.

Onde eu estava com a cabeça quando aceitei tamanha desordem no meu lar? Poderia ter matado todos no segundo em que pisaram dentro da minha casa, seria a emboscada perfeita e ninguém saberia. Exceto, talvez, a criatura que mencionaram. A que carrega três espécies em seu corpo. Mas isso seria um problema posterior, que eu poderia resolver chamando aliados de confiança. Com a minha idade, venceria facilmente.

Deveria ter pensado nisso antes de deixar que a líder se sentisse autorizada a me importunar em todos os momentos que acha adequado. Acredito que lhe dar a oportunidade de trabalhar comigo criou essa ilusão em sua cabeça. Ela me desafia, não reconhece minha autoridade, não tem respeito pela minha posição, se acha no direito de me impor suas vontades. Está aqui a menos de dois dias e já tirou toda a minha paciência.

Relevei suas atitudes desde o início, mesmo querendo matá-la e expor seus restos mortais na entrada da cidade, ainda relevei. Desisti da punição a pedido da minha filha, isso deveria ter feito essa insolente me respeitar minimamente, mas só causou mais caos. Suas palavras depois de fechar o acordo só me deixaram ainda mais insatisfeita com sua presença e mesmo assim relevei.

E agora ela começa a me seguir? Interrompeu minha caçada e ainda achou que eu deveria agradecer. Eu não precisava de ajuda, poderia muito bem ter lidado sozinha com um humano patético que me apunhalou com uma faca de prata. Nunca precisei da ajuda de ninguém e não seria a primeira vez que um humano tenta fazer gracinhas no meu reino. Aqui os humanos que sabem sobre a existência de vampiros seguem dois caminhos e claramente escolhi mal minha presa, mas não significa que não daria conta.

Isso é ultrajante na melhor das hipóteses.

Na pior, posso considerar como uma ofensa e isso me daria o total direito de acabar com sua vida.

Se não fosse o maldito acordo que acabei de selar.

Seria suspeito quebrar o acordo quando não tivemos vinte e quatro horas para dar a chance de funcionar. Isso colocaria toda a minha família em perigo e poderia causar uma guerra entre linhagens, já que não sabemos nada sobre eles. Algo me diz que não seria a melhor das escolhas, um banho de sangue no mínimo. Sem contar com as baixas que atrairiam a atenção dos humanos de todos os cantos do mundo. Deveria ter estudado meu oponente antes de selar um acordo e agora é tarde demais. Não posso simplesmente chegar e matar. Preciso ser estratégica e cautelosa.

Duas LinhagensOnde histórias criam vida. Descubra agora