Capítulo 11: Colapso

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⎯ Nota da Autora: Este capítulo contém cenas de violência gráfica (representação explícita e detalhada de atos violentos, que pode incluir cenas de agressão física, assassinato, tortura, mutilação ou qualquer outra forma de violência extrema. Estas representações são descritas de maneira vívida e intensa, com detalhes explícitos que podem incluir sangue, ferimentos e sofrimento físico, para criar uma imagem impactante e visceral na mente do leitor ou espectador.) e sangue.

A música "Shepherd of Fire" do Avenged Sevenfold serve como pano de fundo emocional para as memórias de Alastor apresentadas aqui no início. No meio do capítulo teremos a "Psycho In My Head" do Skillet. Sugiro humildemente que você ouça essas músicas enquanto lê para uma experiência imersiva.

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A cabana estava mergulhada em uma penumbra inquietante, onde a luz fraca penetrava pelas janelas sujas, projetando sombras longas e distorcidas nas paredes de madeira desgastada. O ar estava denso, carregado com o cheiro metálico de sangue e o odor acre de suor e medo, criando uma atmosfera sufocante que parecia pesar sobre todos ali presentes.

Para Alastor, a realidade ao seu redor parecia se dissolver, dando lugar a memórias antigas, envoltas em escuridão e prazer proibido. Ele se lembrava dos primeiros assassinatos, a excitação que percorria suas veias ao sentir o poder absoluto sobre a vida e a morte. A lembrança dos gritos abafados e dos olhos aterrorizados das vítimas fazia seu coração bater mais rápido, um contraste perturbador com a calmaria mortal que reinava na cabana.

Cada sombra que se movia nas paredes parecia uma dança macabra, reencenando seus atos passados de violência e dominação. Ele podia quase sentir o peso da arma em suas mãos novamente, o impacto frio e final de uma lâmina penetrando a carne. O sangue quente jorrando, o cheiro ferroso que invadia suas narinas, tudo isso era uma sinfonia que tocava nos recessos mais sombrios de sua mente.

O prazer que sentia ao matar não era apenas físico, mas psicológico. Era um grito de liberdade, uma quebra das correntes sociais e morais que tentavam contê-lo. Cada vida que ele tirava era um testemunho de sua própria força e do caos que ele podia comandar. E agora, naquela cabana mergulhada em sombras e silêncio, essas memórias se fundiam com a realidade presente, tornando impossível distinguir entre o passado e o presente, entre o prazer e o horror.

A figura imóvel de Valentino no chão, envolta em poças de sangue, era um lembrete vívido da violência que Alastor havia infligido. Ele se via novamente como o pastor do fogo, guiando almas para a escuridão com uma mão implacável. Cada detalhe grotesco da cena diante dele reforçava a dualidade de sua natureza: um amante apaixonado e um assassino sem remorso, coexistindo em uma dança eterna de luz e escuridão.

"Let's take a moment and break the ice"

"So my intentions are known"

A primeira vez que Alastor tirou uma vida, a emoção fria e calculada o envolveu como uma névoa espessa. Ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha, não de medo, mas de um êxtase sombrio e eletrizante. O homem diante dele, a primeira vítima, não era qualquer um: era o assassino de seus pais. Esse detalhe tornava a vingança ainda mais intensa e pessoal.

Alastor lembrava-se vívidamente do olhar de pavor no rosto do homem, o mesmo homem que havia tirado tudo dele. A última respiração gélida da vítima, um suspiro entrecortado e desesperado, alimentava algo primal dentro de Alastor. Ele podia sentir a vida esvaindo-se sob seu controle, cada segundo prolongado pela agonia da vítima.

O som do coração do homem batendo mais lentamente, até cessar completamente, ecoava em sua mente como uma melodia macabra. A sensação do sangue quente nas mãos, o cheiro metálico preenchendo suas narinas, era intoxicante. Não havia remorso, apenas uma satisfação fria e meticulosa, uma reafirmação do poder absoluto que ele agora possuía.

Sussurros na Escuridão | RadioAppleOnde histórias criam vida. Descubra agora