Lembranças Brancas

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As instruções no convite os levaram a uma área totalmente industrial no Brooklyn, cujas ruas eram alinhadas com fábricas e depósitos. Alguns, haviam sido transformados em lofts e galerias, com formas quadradas que traziam poucas janelas cobertas por cercas de ferro.

Eles saíram da estação de metrô, Jimin encarregado da navegação com o Sensor, que aparentemente tinha um sistema de mapeamento embutido. Namjoon, que adorava apetrechos, estava fascinado, ou ao menos fingindo que era pelo Sensor que estava fascinado. Desejando evitá-los, Taehyung ficou atrás enquanto atravessavam um parque onde a grama mal conservada estava completamente queimada pelo calor do verão. À sua direita, os pináculos de uma igreja brilhavam em cinza e preto contra o céu noturno sem estrelas.

— Continue — disse uma voz irritadiça a seu ouvido. Era Jungkook, que ficou para trás para andar junto a ele. — Não quero ter que ficar olhando para trás para me certificar de que não aconteceu nada.

— Então não se incomode com isso.

— Na última vez em que o deixei sozinho, você foi atacado por um demônio — disse ele.

— Bem, eu certamente detestaria interromper sua agradável caminhada noturna com a minha morte súbita.

— Há uma linha tênue entre sarcasmo e pura hostilidade, e acho que você a cruzou. Qual é

o problema?

Taehyung mordeu o lábio.

— Hoje de manhã uns caras estranhos e assustadores invadiram minha mente. Agora vou encontrar o cara estranho e assustador que invadiu minha mente em primeiro lugar. E se eu não gostar do que ele encontrar?

— O que faz você pensar que não vai?

Taehyung tirou o cabelo da testa, que já estava grudenta de suor.

— Detesto quando você responde a uma pergunta com outra.

— Não detesta nada, acha um charme. Independentemente de qualquer coisa, você não prefere saber a verdade?

— Não. Quero dizer, talvez. Não sei — Taehyung suspirou. — Você preferiria?

— Essa é a rua certa! — gritou Jimin, já no meio do quarteirão seguinte.

Eles estavam em uma avenida estreita alinhada com antigos depósitos, apesar da maioria agora esboçar sinais de habitação humana: flores em janelas, cortinas balançando com o sopro da brisa noturna, latas de lixo plásticas na calçada. Taehyung cerrou os olhos, mas não tinha como saber se essa era a rua que ele viu na Cidade dos Ossos. Afinal, a visão havia sido em um cenário coberto de neve.

Taehyung sentiu os dedos de Jungkook acariciarem seu ombro.

— Sem dúvida. Sempre — Jungkook murmurou.

Taehyung olhou de lado para ele, sem entender.

— O quê?

— A verdade — Jungkook disse. — Eu iria...

— Jungkook! — Era Yoongi. Ele estava no asfalto, não muito longe, Taehyung ficou imaginando por que a voz dele soou tão alta.

Jungkook virou, tirando a mão do ombro de Taehyung.

— O que foi?

— Acha que estamos no lugar certo? — Yoongi estava apontando para alguma coisa que Taehyung não conseguia ver, estava escondido atrás da sombra de um carro preto.

— O quê? — Jungkook se juntou a Yoongi e Taehyung o ouviu rir.

Circulando o carro, Taehyung viu o que eles estavam olhando: diversas motocicletas, impecáveis e prateadas, com chassis baixos e pretos. Tubos de aparência oleosa e canos curvados enrolados sobre eles, como veias.

Shadowhunters: City of Bones | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora