O Hotel Dumort

108 12 0
                                    

Taehyung voltou mentalmente para a festa. Ele lembra de levantar a mochila e fechar o zíper. Tinha certeza disso.

Ele abriu de novo, com o coração ainda mais acelerado. Taehyung se lembrou da ocasião em que roubaram sua carteira no metrô. Ele se lembrava de ter aberto a mochila, não ter visto a carteira dentro, e a boca secando em sinal de surpresa — Será que eu a deixei cair? Será que a perdi? Até que se deu conta: não estava mais lá.

Foi assim, só que mil vezes pior. Com a boca seca de nervoso, Taehyung revirou a mochila, jogando as roupas e o caderno de lado, as unhas arranhando a base. Nada. Ele havia parado de andar. Jungkook estava um pouco à frente dele, aparentando impaciência, Yoongi e Jimin já estavam um quarteirão à frente.

— O que houve? — perguntou Jungkook, e Taehyung percebeu que ele estava prestes a acrescentar alguma coisa sarcástica. Mas deve ter reparado no olhar estampado no rosto de Taehyung, pois nada disse. — Taehyung?

— Ele se foi — sussurrou. — Namjoon. Ele estava na minha mochila...

— Ele saiu sozinho?

Não era uma pergunta insensata, mas Taehyung, exausto e completamente em pânico, reagiu de

forma insensata.

— É claro que não! Qual é, você acha que ele quer ser esmagado por um carro, morto por um gato...

— Taehyung...

— Cale a boca! — ele gritou, balançando a mochila na direção de Jungkook. — Foi você que disse para não perder tempo mudando o feitiço.

Com um reflexo, Jungkook pegou a mochila enquanto Taehyung a balançava. Retirando-a da mão dele, Jungkook a examinou.

— O zíper está arrebentado — ele disse. — Pelo lado de fora. Alguém rasgou essa mochila para abri-la.

Sacudindo a cabeça, completamente atordoado, Taehyung só conseguia sussurrar: — Eu não...

— Eu sei. — A voz dele era delicada. Em seguida gritou: — YOONGI! JIMIN! Podem ir na frente! Alcançaremos vocês.

Os dois, já adiantados, pararam e Yoongi hesitou, mas Jimin o pegou pelo braço, empurrando-o com firmeza para a entrada do metrô.

Algo pressionou as costas de Taehyung: era a mão de Jungkook, virando-o gentilmente. Taehyung deixou que ele o levasse para o frente, tropeçando nas rachaduras na calçada, até estarem de volta na entrada do prédio de Hoseok. O cheiro de álcool e o inconfundível aroma doce que Taehyung passou a associar ao Submundo preenchiam o ambiente.
Tirando a mão das costas dele, Jungkook apertou a campainha sobre o nome de Hoseok.

— Jungkook.

Ele olhou para baixo, para Taehyung.

— O quê?

Taehyung buscou as palavras certas.

— Você acha que ele está bem?

— Namjoon? — ele hesitou e Taehyung pensou nas palavras de Jimin: não faça nenhuma pergunta a ele se não puder suportar a resposta.

Em vez de falar alguma coisa, Jungkook limitou-se a apertar a campainha outra vez. Dessa vez, Hoseok respondeu, a voz ecoando sombria.

— QUEM OUSA PERTURBAR MEU DESCANSO?

Jungkook parecia quase nervoso.

— Jeon Jungkook. Lembra? Sou da Clave.

— Ah, sim. — Hoseok pareceu se acalmar. — Você é o de olhos de gatinho fofo?

Shadowhunters: City of Bones | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora