Capítulo 16
— Victoria RoseNo dia seguinte a mesma senhora que agora sei que se chama Lina me trouxe o café da manhã e desta vez não deixei sobrar nada.
Preciso de forças para enfrentar o problema que estou metida.
Suspiro.
Como vou sair daqui?
Penso enquanto olho para o lado de fora pela janela.
O barulho da porta sendo aberta me tira a concentração e me viro vendo Rael.
Ele parece muito bem vestido em trajes esportivos e deixa um notebook sobre a cama.
— Fiquei sabendo que resolveu comer, foi uma decisão sábia, ontem parecia um fantasma de tão pálida.
Seguro a minha língua para não manda-lo ir a merda ao ouvir seu deboche.
— Sente-se vamos ter uma conversinha.
— Estou bem de pé.
— Ok. Vou te dar duas opções, primeira... você me diz agora o que os seus amiguinhos da inteligência te mandaram investigar e eu não te mato ainda.
— Ainda?
— É. Eu ainda não decidi.
Isso é um jogo pra ele?
— Não tenho nada para dizer pra você.
— Certo, eu tentei. Partimos para a segunda opção então.
Sua expressão fica séria e ele pega o notebook e abre mexendo por alguns segundos.
— Venha ver a linda surpresa que lhe preparei.
Ele vira o aparelho na minha direção e não dou muita atenção, mas quando olho atentamente meu coração gela.
É uma filmagem...
Meu pai está nela.
Me aproximo e seguro o notebook tentando ver se meus olhos não me enganaram.
Mas papai está lá no jardim na frente de casa aguando as plantas como sempre faz de manhã.
— São imagens em tempo real.
— Como...
— Eu descobri onde mora o seu querido paizinho e deixei homens de prontidão perto da casa. Basta uma ordem minha para que ele seja morto agora mesmo.
Ele diz e deixo o aparelho na cama tentando manter a calma e não deixar o medo me consumir.
Olho na direção de Rael que me encara e franze as sombrancelhas.
— Não me olhe assim sereia... eu te dei a opção fácil, mas você não quis então se chegamos a isso a culpa é inteiramente sua.
Maldito!
— Está ameaçando matar o meu pai caso eu não te dê as respostas que quer...
— É uma troca justa.
— É uma ameaça.
Corrijo.
— Não é como se eu fosse um homem ruim.
— Você é pior.
Digo entredentes.
— Acho que você seria mais se deixasse o seu pai morrer... imagina só este peso na sua consciência.
Retiro tudo o que eu ousei pensar de bom sobre Rael Carter. Ele é horrível.
— E então? Vai me dizer o que eu quero ouvir ou posso fazer uma morte antes do meu café da manhã?
— Eu falo! Conto o que quiser, mas deixa o meu pai em paz.
Suspiro.
— Ótimo, era isso que eu queria ouvir.
Fala sentando novamente e me convidando a fazer o mesmo.
Como estou muito nervosa para ficar de pé acabo obedecendo.
— Pode começar, sou todo ouvidos.
Respiro fundo e começo a contar.
— Eles queriam... que eu descobrisse se você era o responsável pelos crimes que estavam acontecendo na região doze.
— Eu soube de uns boatos, crimes de tráfico, federais andando por lá e toda essa merda.
— Os federais não resolveram, então tiveram que optar por mandar este caso para a inteligência.
— E daí entra você.
Afirma e assinto.
— Fui designada para te investigar e descobrir se você era o responsável por isso.
— Eu não sou.
Ele fala como se tivesse tentando se defender.
— Sei disso e a inteligência também sabe, eu concluí minha investigação, o responsável não era você. Fim.
Me recosto na cabeceira da cama.
— Quem me garante que não é uma mentira e que a inteligência ainda não está no meu rastro?
— A vida do meu pai está em jogo. Acha que eu mentiria?
— Vindo de você, eu não duvido.
— Primeiro... meu pai é mais importante do que qualquer coisa e segundo...
Levanto e olho na direção dele.
— Se a inteligência ainda estivesse no seu rastro já teriam descoberto que eu estou aqui e a essa hora estaríamos em uma situação bem diferente.
Se eu não estivesse incomunicável isso poderia ter acontecido.
— O que fazia no aeroporto?
Indaga.
— Conclui minha missão e estava indo para uma viagem por alguns dias.
Dois meses para ser exata.
— Entendi.
Ele se levanta e caminha até a porta então fico atordoada.
— Rael? E o meu pai? Não vai fazer nada com ele... vai?
— Pensarei no seu caso.
O vejo sair trancando a porta e bato desesperada.
— Rael! Eu já te disse toda a verdade... por favor não faz nada com o meu pai!
Grito pra ele e o chamo algumas vezes, mas não há resposta.
Escorrego sentando no chão contra a porta em um choro silencioso.
E se ele matar o meu pai? Minha única família...
Isso é tudo culpa minha.
Fico toda a manhã pensando no meu pai e não faço idéia do que está acontecendo.
Mais tarde olho pela janela o carro do Rael saindo da propriedade e pensamentos rondam minha cabeça.
Onde ele foi? Será que foi pessoalmente matar o meu pai?
Lina aparece com o almoço e levanto a observando.
— Onde ele está? Onde o Rael foi?
Pergunto agoniada.
— Eu não deveria lhe dizer nada, mas ele acaba de sair e não deve voltar tão cedo.
Sua resposta me deixa ainda mais angustiada e não sei o que esperar.
Ele sabe tudo sobre a investigação contra ele, a vida do meu pai está em jogo.
E a minha vida está em suas mãos também.
[...]
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Nas garras do Inimigo
Roman d'amourEle comanda uma cidade. Ela preza pela justiça e pela lei. Ele é chamado de tigre. Ela pretende enjaula-lo. Victoria tem uma missão e Rael Carter é o seu alvo. PLÁGIO É CRIME ‼️🚫