Capítulo 2

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Entrar na toca do tigre é um
caminho sem volta.
Rael Carter


Eram duas da manhã e o tempo estava mais frio quando cheguei ao galpão acompanhado dos meus homens.

Eu vim pessoalmente receber uma encomenda minha.

— Não devia ter vindo senhor, se expor assim é um erro.

Ivan diz e paro de andar o encarando de forma séria.

De certa forma ele tem razão, mas odeio quando tentam me dizer o que fazer afinal eu sou o chefe nessa merda e não ao contrário.

— Eu te pago para dar opinião no que eu faço ou deixo de fazer?

— Não senhor.

— Então fica calado e cumpra com o seu trabalho.

Ele fica em silêncio e volto a andar até encontrar com os meus "amigos".

São da área do Vale e não os considero inimigos, mas não confio neles então apenas nos toleramos até algum deles cometer um erro comigo.

E quando isso acontecer vão estar mortos.

— Carter.

Carl me cumprimenta e apenas aceno com a cabeça.

— Espero que tenha trazido o combinado.

— Sim, está no carro. E você? Está com o dinheiro que prometeu?

Um deles diz e minha atenção se volta para o intrometido que desconheço.

— Alan! Não se envolva!

— Ele é novato Carl?

Pergunto e o homem assente.

— Sim, desculpe por isso ele acabou de ser inserido na equipe.

— Entendo... então ensina pra ele que comigo não se brinca e que não sou qualquer um.

Faço questão de olhar o tal de Alan enquanto falo e reparo que ele parece bem jovem.

Deve ter seus vinte e três ou vinte quatro anos.

— Pode deixar.

— Phill devia escolher melhor seus empregados, agora tira o que eu pedi da porra do carro. Eu não tenho a madrugada inteira.

Mando e outros homens começam a tirar as caixas do carro.

— Está tudo aí, chegou um pouco atrasado, mas nada está em falta.

— Verifiquem tudo.

Digo e alguns dos meus homens se aproximam das caixas no chão conferindo todas.

— Houveram problemas na fronteira?

Tiro um cigarro e Ivan o acende com um esqueiro.

— Não sabemos, mas é provável.

O metidinho do Alan é quem responde e semicerro os olhos.

— Tudo certo chefe.

Stefan, um dos meus homens fala e assinto o mandando guardar tudo na caminhonete.

Estalo os dedos apontando para a maleta prateada e Ivan entende o recado a trazendo.

Entrego a Carl que se apressa em abrir e olhar seu conteúdo.

A velha forma ultrapassada de sempre de receber dinheiro... acho isso uma porcaria, mas fazer o quê?

— O valor combinado está aí, se quiser contar...

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