Hg: mentiu pra mim, meu pontinho de ouro? - um dos que tava com ele parou a moto do meu lado.Mayla: não sei do que você está falando.
Hg: sabe não, Mayla Rocha?! - desceu da moto. — filha do deputado federal, Roberto Rocha.
Beatriz: filha de quem?
Mayla: ele não sabe o que ele tá dizendo.
Suco: será que ela vale quanto em?
Beatriz: ce é filha de deputado e nunca me falou isso por quê?
Mayla: depois a gente conversa sobre isso, eu vou pra casa.
Hg: quem disse que tu vai pra casa mina. - se pôs na minha frente. — eu não sou louco de deixar meu potinho de ouro escapar.
Beatriz: hg, para de graça, deixa ela ir embora.
Hg: ela vai, se o papaizinho dela abrir a mão.
Mayla: Beatriz! - minha voz quase não saiu por completo.
Hg: foi mal aí gatinha, nada contra você, são apenas negócios. - falou antes de subir na moto. — podem levar ela, encontro vocês la.
Beatriz: hg, não faz isso. - não se deu nem o trabalho de responder.
Ligou a moto e saiu.
[...]
Beatriz: suco, pelo amor de Deus, faz isso não cara.
Suco: Beatriz, que porra tu tá faz aqui? - me emburrou. — senta aí, mina. - olhei pra ele. — bora caralho. - me fez sentar.
Beatriz: pra que essa ignorar, tá maluco.
Suco: barão, tira a Bia tá daqui, antes dela levar um tapão.
Barão: cuida Bia, vaza. - pegou a Beatriz pelo braço e tirou ela pra fora.
Beatriz: eu vou resolver isso, Mayla. - gritou.
Suco: perdeu a língua, mina? - puxou meu braços para de trás da cadeira, amarrando-os.
Maldita hora que não escutei a alana.
Olhei rapidamente em volta. Parecia, um... cativeiro, talvez.
Tinha um colchão velho no chão.
A porta se abriu novamente, entrando assim o Hg.
Deu um sorrisinho.
Hg: confortável, meu potinho de ouro? - ficou a minha altura.
Apenas encarei o mesmo.
Hg: sabe, eu fiquei me perguntando, o que será que uma filha de um deputado importante vinha fazer dentro de uma favela.
Engoli seco.
Suco: o gato comeu a língua da princesinha.
Apertou o meu ombro.
Hg: que nada, ela só tá tímida, daqui a pouco ela se solta, não é Mayla?
Continuei calada. Eu me conhecia muito bem, se eu abrisse minha boca, eu morreria rapidinho.
Hg: pegou o celular dela?
Suco: peguei.
Hg: liga para o pai dela.
Suco: o celular tá descarregado. - debochei.
hg me olhou.
Hg: viu, já começou a se soltar. - puxou uma cadeira que tava perto. — leva o celular pra carregar, quero levar um lero com ela sozinho.
Suco: não vai se divertir sozinho. - saiu rindo.
Olhei em volta.
Hg: não adianta procurar saída, ce só sair daqui se eu quiser. - pós a cadeira na minha frente e se sentou.
Mayla: você quer dinheiro, é isso, eu te dou o dinheiro, eu tenho... agora me dirá daqui!
Hg: calma meu amor...
Mayla: EU NÃO SOU TEU AMOR, PORRA! - falei alto.
Ele levantou tão rápido daquela cadeira. A mão dele apertou o meu rosto com tanta força que tinha a sensação que minha cabeça ia estourar.
Hg: ce pensa que tá falando com quem mina?
Mayla: me solta, tá me machucando - meus olhos começaram lacrimejar.
Hg: eu não sei em que mundo tu vive, mas no meu, ce tem dançar conforme a minha música. - continuou apertando.
Mayla: você tá me machucando - lágrimas desceram voluntariamente.
Soltou.
Hg: acho que agora tu entendeu. - voltou a se sentar. — então, me fale mais sobre você.
Fiquei calada.
Hg: já vi que você não quer papo. Então eu mesmo vou falar. MaylaRocha Lima, 21 anos, estudante de psicologia na UFRJ, filha única, filha do Roberto Rocha Lima e da Ágata Rocha Lima, esqueci alguma coisa?... Ah, esqueci, filha do Roberto Rocha Lima, o deputado mais corrupto do RJ - riu. — Mas bandido do que eu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Refém do morro
FanfictionA Mayla é uma estudante universitária, filha de deputado federal.