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Dias tinham se passado depois daquele incidente, se é que posso chamar assim. Eu tinha conseguido explicar para a Beatriz a situação do meu pai, e ficou tudo bem.

Quer dizer, nem tudo, eu ainda não tinha saído de casa, a verdade era que eu não conseguia, eu entrava em pânico.

Nem a faculdade eu tava conseguindo frequentar, até tentei ir um dia, mas voltei, tinha a sensação que tavam me vigiando o tempo todo.

As meninas ja achavam que eu tava pirando.

Todas as minhas aulas seriam em EAD, até eu me sentir melhor para voltar a minha vida normal.

[...]

Alana: qual é Mayla, vem um feriadão aí, todo mundo já combinou de ir nessa viajem.

Mayla: todo mundo vírgula, porquê eu mesma não combinei nada com ninguém. - desci as escadas.

Alana: o personagem da faculdade já confirmou presença, todo mundo tá achando que tu vai.

Mayla: eu vou ficar em casa, obrigada.

Alana: qual é, Mayla. É Angra dos reis.

Mayla: você fala como a gente nunca tivesse pisado o pé lá. A gente passa quase todo o final de semana lá, Alana.

Alana: ninguém vai te fazer mal lá, pelo amor de Deus! É só o pessoal da facu.

Mayla: eu já falei vocês podem ir tranquilo. Papai liberou a casa.

Alana: porra Bia. Ajuda também, fica só ai olhando.

Olhei pra Bia que tava sentada no sofá.

Beatriz: não tem graça, sem a dona da casa tá presente.

Dei ombros.

Mayla: besteira.

Beatriz: may, cê vai ficar presa nessa casa pelo resto da vida?

Mayla: não. - me joguei no sofá.

Alana: tá parecendo.

Mayla: só não me sinto bem ainda pra sair de casa.

Alana: vamos, faz um esforcinho. - implorou. — se tu não se sentir bem lá, a gente volta, sem problema.

Beatriz: é, se você não tiver se sentindo confortável a gente volta.

A insistência da Alana era só porquê o menino que ela gostava ia, e eu sou amiga dele e ela não.

Olhei bem pra elas.

Respirei fundo.

Mayla: ok. Eu vou, mas já sabem...

Alana: sim, a gente já sabe. - me interrompeu.

[...]

Tínhamos chegado na casa de praia.

Xxx: caralho, Mayla! Que casão, em. - sentir a mão no meu ombro. — mo bonita, e essa vista pro mar. - sorriu.

Mayla: a vista para mar, realmente é linda. - prendi o meu cabelo.

Beatriz: aqui é muito lindo, tá maluco - me olhou sorrindo.

Alana: ce ainda não viu nada.

Observei os carros parar. O pessoal estava chegando.

Alana: vamos entrado, entrando quero escolher logo o meu quarto. - saiu me empurrando da casa.

Beatriz: cê tá ligada, que ce vai ter que dividir, né linda.

Xxx: com esse tanto de gente, é bem capaz de alguém ainda dormir no deck.

Mayla: cê ainda tem dúvida, Léo?! - sorrir. — mas é melhor a gente se organizar, antes que o restante do pessoal entre e comece a bagunça. – observei algumas pessoas entrarem. — a Bia fica comigo e Alana pode ficar com você, Léo?

Ela me fuzilou com os olhos. Ignorei.

Acho que ele tinha percebido, pelo sorrisinho.

Léo: pode sim. Vamo lá, Alana. - puxou ela.

Beatriz: ela vai te matar.

Mayla: ué, ela não queria que eu ajudasse ela, tô ajudando.

Beatriz: eu é que não quero ser ajudada desse jeito. - falou de um jeito que me fez rir.

Mayla: vamos logo pegar uma cama, se não a gente vai acabar dormindo no chão.

Concordou.

[...]

A noite tinha chagado, e a festa tinha começado.

Eu nunca tinha visto aquela casa tão escura, apenas com alguns jogos de luzes.

Beatriz: nossa, aqui tá cheio. Eu não me lembro dessa gente toda ser da nossa faculdade. - deu um gole da sua bebida.

Observei o local.

Mayla: cê acha mesmo que tá só a galera da faculdade!? - debochei. — aqui tem gente que eu nunca vi na minha vida toda.

Beatriz: esse povo realmente não entende, que convidado não convida.

Alana: isso é uma festa né, Bia.

Beatriz: cê tá de boa com isso? - me olhou.

Assentir.

Mayla: eu já sabia que isso ia acontecer, é normal. Eu vou buscar uma bebida na cozinha pra mim.

Alana: vou querer também, a minha acabou. - riu.

Mayla: o quanto você já bebeu?

Ela começou a beber desde cedo.

Alana: sei lá. - riu.

Mayla: ce pega leve, eu não vou cuidar de você. - dei as costas e sair pra cozinha, onde estava as bebidas.

Preparei o copo da Alana, e depois passei para o meu.

Prendi o meu cabelo que estava me atrapalhando e continuei.

De repente sentir um ventinho no meu pescoço.

Mayla: Alana, para de graça. - continuei fazendo o meu copo. — eu já fiz o teu copo, pode pegar.

Sentir sobrar de novo.

Mayla: Alana, eu vou te da uns tapa. - me virei.

Hg: Oi, meu potinho de ouro. - sorriu.

Refém do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora