Capítulo 07

364 43 35
                                    

Jason Mendal

Amélia sempre me deu um vinho de presente, já que seu filho mais velho, Allan Boucher, sempre manda uma ou duas caixas para o restaurante da mãe toda semana.

Quando falei que minha segunda bebida favorita é vinho,ela me entregava uma garrafa a cada duas semanas, já que sabia do meu histórico de relacionamentos. Como quase nunca ficava sem companhia, ela me dava um vinho e sempre dizia a mesma coisa.

"O vinho é mais parecido quando se tem uma boa companhia"

Eu concordo com ela, o vinho em si é algo para ser apreciado em dupla que inconscientemente cria um ambiente sensual e romântico e eu gostaria de ver o que acontece se eu estiver com Eloise e acabar criando um clima assim.

Depois de arrumar minha gravata pela terceira vez, tendo vários pensamentos inconvenientes com ela invadindo minha mente, era insuportável apenas vislumbrar isso na minha cabeça.

Eu queria tocá-la, colocar minha mão até sua coxa,sentir sua pele macia entre meus dedos, subir até sua cintura e puxá-la para meu colo. Ir longe o suficiente para ele implorar por mais, fazer ela gemer meu nome até que o som da sua voz se gravasse na minha memória, um barulho tão doce em um ato tão erótico.

Apertei o volante tentando conter meu impulso e desejo de tocá-la, minha pulsação acelerava a cada vez que eu pensava nela. Felizmente, fui arrancado dos meus pensamentos quando escutei sua voz e agradeci por isso, já que esse silêncio só aumentava meu desejo, tornando tudo mais insuportável.

— Obrigado por ter comprado a torta e o doce pra mim. — Acabei sorrindo quando escutei sua voz calma ao meu lado. Eu não tive o trabalho de olhar para ver seu rosto, que provavelmente nem estaria voltado para mim.

Notei que estava muito próximo da sua casa, fiquei tanto tempo perdido em uma memória falsa que nem notei estar já estávamos aqui.

— Não precisa agradecer! — Falei enquanto estacionava em frente à casa dela. — Eu não tinha reparado na sua casa da última vez. — Falei enquanto observava a casa branca e cinza. O gramado era bem cuidado e havia algumas plantas em jarros perto da escada que levavam à varanda.

— Por favor, deixe seus comentários para você. — Ela abriu a porta do carro e saiu. Eu peguei a garrafa de vinho no banco de trás e saí do carro também.

— Eu não pretendia fazer nenhum comentário maldoso, talvez construtivo. — Apertei o controle do carro e o travei, Logo em seguida a segui até a porta da frente.

— Seus comentários construtivos são maldosos! — Ela falou indignada, acabei sorrindo com a pequena diversão que eu via em sua irritação, confesso que irrita-la é umas das minhas coisas favoritas agora.

— Tudo bem, vou manter minha boca fechada até a segunda ordem. — Ela destrancou a porta e entrou acendendo as luzes.

Logo que entrei, me deparei com a sala de estar. Havia três sofás brancos com almofadas azul-escuro. O tapete era cinza e havia uma mesinha de madeira no centro do tapete.

— Fique à vontade! — Ela fechou a porta. — Mas não tão à vontade, esta não é a sua casa.

— Se fosse, eu já teria me mudado a muito tempo. — Ela revirou os olhos enquanto tirava o casaco.

— Vou à cozinha pegar duas taças. Pode se sentar no sofá. — Ela seguiu até a cozinha, enquanto eu ia até o sofá.

A casa dela era composta por cores frias. Fiquei um pouco surpreso, já que não era a cara dela. Eu imaginava cores vivas, como laranja, amarelo e rosa, mas pensando bem, iria ser um horror só de olhar.

Toasts and Tiffs - Jason MendalOnde histórias criam vida. Descubra agora