Capítulo 08

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Eloise Garnier

Acabei tendo uma péssima noite de sono. A cada minuto, Jason invadia meus pensamentos, e eu me repreendia internamente por pensar nele. Por consequência, acabei sonhando com ele. Dizer o que aconteceu com detalhes no sonho vai contra minha moral como pessoa, mas eu estaria mentindo se dissesse que não gostei.

Lembrar daquele sonho enquanto estava no ônibus indo para a Devenementiel parecia errado, principalmente com Thomas sentado ao meu lado. Parecia impossível olhar para ele enquanto tinha lembranças de um sonho em que eu e Jason transávamos na bancada da cozinha da minha casa.

Eu estava tensa, parecia que eu não tinha controle dos meus próprios pensamentos. Só pensava em como Jason me segurava, beijava e me queria. Sua voz estava rouca enquanto gemia; tudo que ele fazia era com uma extrema urgência, como se quisesse memorizar cada parte do meu corpo. Tudo que ele fazia me excitava de um jeito surreal. Chegava a ser um absurdo ser apenas um sonho.

Me obriguei a voltar à realidade e pensar na minha situação atual, que era: Ressaca, ônibus lotado e lutando para evitar uma situação constrangedora que envolvia meu café-da-manhã.

Eu não estava em condições de andar pela rua; depois que Jason foi embora , acabei bebendo uma grande quantia de vinho, que me arrependo amargamente, agora estou com uma maldita ressaca; minha cabeça latejava e eu sentia meu estômago se revirar a cada segundo. Eu não reparei no que comi hoje de manhã, só para tomar algum remédio o mais rápido possível e chegar em perfeito estado no trabalho parecia um desafio. Depois de muito esforço, consegui convencer o Thomas a ir de ônibus à empresa. Eu paguei a passagem dele, então não tem muito do que ele reclamar.

— Por que você bebeu ontem ? — Sai dos meus pensamentos quando escutei a voz do Thomas. — Eu sei que não tenho direito nenhum de julgar suas decisões, mas você não costuma beber em dia de semana, principalmente com um projeto desse em andamento. — Eu gostaria de saber fingir minha condição para evitar esse tipo de pergunta, mas estar em um ônibus lotado e a cada movimento aumentava a sensação de desconforto, complicava a minha situação.

— Digamos que lidar com o Jason é difícil. — Por parte era verdade, o motivo por eu ter bebido ontem era ele.

— Posso imaginar. — Respirei fundo tentando me concentrar em não vomitar no ônibus. — Você tomou um remédio? — Assenti com a cabeça. Eu respirei fundo sentindo e cobri minha mão com a boca. — Eloise? — Senti a mão de Thomas no meu ombro. — Você não pode ir trabalhar assim.

— Eu estou bem... — Não,eu não estou bem!

— Vamos descer,eu vou te levar para o hospital! — Antes de eu dizer qualquer coisa, vi ele apertar o botão que ficava nas barras para fazer o motorista parar quando necessário.

Eu não consegui prestar atenção em muito coisa, quando percebi já estava sentada em um banco no ponto de ônibus.

— A gente não pode faltar hoje... — Minha voz saiu arrastada e Thomas negou com a cabeça.

— Vou ligar para o Devon e explicar a situação, ele vai entender. — Ele pegou na minha mão me ajudando a levantar. — O hospital não é muito longe daqui. — Ele chamou um táxi e entrou logo depois de mim e fechou a porta.

Minha cabeça latejava e as náuseas só pioraram, fechei meus olhos e só ouvia a voz do motorista perguntando o destino e o Thomas respondendo. Durante todo o trajeto o ele me confortava, acariciando minhas costas ou passando a mão pelo meu cabelo.

Toasts and Tiffs - Jason MendalOnde histórias criam vida. Descubra agora