- Preciso voltar a Lisboa, Rodolffo. A minha baixa está a terminar.
- E nós vamos ficar como? Eu cá e tu lá?
- Por enquanto não tem outro jeito.
Tu também já vais começar a trabalhar, mas olha uma coisa.- O quê?
- Eu não gosto que vás todos os dias ao bar.
- O que tem de mal?
- Nada, mas é um local com muitas tentações e eu longe, depois a carne é fraca...
- Ciúmes? Não tens confiança em mim?
- Eu quero ter, mas há sempre a dúvida.
- Eu posso pensar o mesmo. Tu sózinha lá em Lisboa.
- Eu estou grávida, Rodolffo. Não vou sair por aí com uns e outros.
- Eu confio em ti, mas como ficamos?
- Eu vou lá resolver umas coisas. Vou à médica ver como está o nosso bébé e havemos de encontrar solução. O importante é que a tua memória regressou 100% e a perna está quase boa.
- Eu vou lá nos finais de semana!
- Rodolffo! São muitas horas de condução e vais perder quase um dia em viagens. Vale o esforço para ficarmos só um dia juntos?
- Melhor que nada.
- Olha, meu turrão. Eu não ia falar, porque queria fazer surpresa, mas vou pedir demissão e mudo-me para cá.
- Sério? Vais mesmo? - puxou-a para si e beijou-a.
- Vou. Vou resolver o que tiver que resolver e depois volto. Aí eu trago tudo no meu carro.
- Mas não vais fazer uma viagem de cinco horas sózinha. Quando estiveres pronta para vir eu vou de comboio para Lisboa e regressamos juntos.
- Parece que é a primeira vez que eu faço viagens longas.
- Mas das outras vezes não estavas grávida.
- Gravidez não é doença.
- Juliette não sejas assim. Sabes que corres riscos.
- Está bem. Eu ligo. Agora podes levar-me à estação?
- A que horas é o comboio? Deixa. É melhor eu conferir a hora não vás tu apanhar um para Espanha.
- Bem mais perto. Não é má ideia. Talvez arranje um espanhol guapo no comboio.
- Dizem que de Espanha nem bom vento nem bom casamento. Para passear é bom.
Rodolffo levou Juliette à estação dos comboios. Ficaram grudadinhos até chegar a hora da partida. Juliette entrou, sentou-se à janela e ficou a olhar para ele e dizer adeus enquanto o comboio se afastava.
Regressou a casa um pouco triste. Estes dias com ela tinham sido fantásticos.
Também se aproximou muito do pai, inclusive hoje tinham combinado almoçar juntosDecidiu que hoje ia questioná-lo sobre o real motivo da separação da mãe. A esta altura ele já não acreditava mais em traição da parte do pai. E da mãe? Era essa dúvida que existia agora.
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Falta de atenção
FanfictionEstejam sempre atentos. A falta de atenção pode ocasionar vários contratempos. Um comboio que se perde, um dia que não se vive...um amor que passa e não dá tempo de agarrar.