Rodolffo ligou para Juliette na presença da Lia.
- Vejo que estás melhor. Já ligas e tudo.
- Um pouco. Lembrei-me de ti, mas não me lembro como nos conhecemos.
- Então o que lembraste?
- Sonhei contigo. Num sonho tu estavas grávida de mim e alguém te ia fazer mal.
- Isso é um pesadelo, não sonho.
- No outro o meu filho estava no hospital muito doente, mas eu não consegui ver o rosto da minha mulher.
- Que bom que te vais lembrando aos poucos. E nos sonhos com as crianças, tu estavas feliz ou triste?
- Não sei, mas eram duas situações difíceis.
- Tu queres ter filhos?
- A Lia diz que eu nunca quis, mas eu acho que quero sim.
Quando vens cá?- Não sabia que querias que eu fosse. Estou de baixa médica. A médica mandou-me repousar.
- Estás doente? O que tens?
- Nada para te preocupares. Já basta a tua amnésia. E a perna como está?
- Já consigo andar de muletas.
- Boa. Logo já andas por aí a correr.
Agora vai descansar. Beijo.- Beijo, Juliette.
Juliette tomou uma decisão. Viajaria no dia seguinte. Queria ser ela a contar da gravidez e não deixar que ele soubesse por terceiros.
Preparou a mala, avisou Luísa e apanhou o comboio Alfa. Era mais rápido e mais confortável. Chegaria ao Porto em duas horas e depois apanhava o autocarro para Viana do Castelo.
Lia tinha-lhe enviado a morada no caso dela querer ir.
Chegou ao terminal dos autocarros de Viana antes do meio dia. Apanhou um táxi e logo estava na frente do apartamento de Lia e Rodolffo.
Resolveu chegar de surpresa, mas agora estava com receio de não estar lá ninguém.Apertou a campainha e pelo som vindo do interior sabia que era Rodolffo quem vinha à porta.
- Juliette!! Que surpresa. Porque não disseste que vinhas? Eu mandava alguém buscar-te. Entra.
Juliette entrou, fechou a porta e abraçou-se a ele que estava encostado no móvel de entrada. Abriu os braços e apertou-a contra si.
- Vem. Vamos sentar-nos no sofá que é melhor para mim.
- Desculpa. Com a emoção do momento nem me toquei que não deves estar de pé.
A Lia não está?- Está na faculdade. Só volta pelas 15 horas.
- Ainda bem. Precisamos muito de conversar a sós.
- Eu queria tanto lembrar-me mais de ti. Eu sinto algo bom quando falo contigo ao telefone e agora contigo aqui.
- Não te lembras da nossa viagem de comboio, da nossa noite aqui em Viana?
- Nós somos namorados?
- Namorados não. Nós estivemos juntos dois dias, mas fizemos mais que muitos namorados.
- Tranzámos, Juliette?
- E como. Tranzámos muito.
- Então não tem mal se eu te beijar.
- É o que mais quero.
Rodolffo segurou-a e deu-lhe um beijo. Juliette entregou-se totalmente beijo. Também ela tinha muita vontade.
Vontade de beijos e dele também, mas isso não ia acontecer para já. Primeiro precisava contar da gravidez.
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Falta de atenção
FanficEstejam sempre atentos. A falta de atenção pode ocasionar vários contratempos. Um comboio que se perde, um dia que não se vive...um amor que passa e não dá tempo de agarrar.