Capítulo CI - Viserys

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Nota: Alguém queria capítulo desse ícone? Dessa figura paterna maravilhosa?

- Não é possível que você não consiga ver o quanto está fazendo mau para nossa família! – Ele nunca tinha visto Aemma tão irritada.

- Ela não pode ter ficado tão cega Aemma! Quando Otto ou esse povo com dinheiro resolver agir contra Daemon... vai sobrar para ela! Para a nossa filha!

- A gente não tem como controlar isso Vis! É escolha dela! E isso é um “e se”! Ninguém sabe mais de Otto! O homem está com a imagem queimada!

- Ela vai voltar com a gente Aemma! Você viu as notícias... doações de gente com dinheiro... políticos... e eu não gosto da cara dele!

Depois da visita do homem... ele ia ainda menos. Sim, ele podia até admirar a coragem do homem em aparecer ali e ainda falar em casar com Rhaenyra... mas ele não ia permitir.

- Viserys, nossa filha fala desde criança que ia embora! Que ia vir para Londres! Agora ela está aqui, estudando o que queria e feliz! Se você parar para olhar bem para ela...

- Eu estou protegendo a nossa filha!

- Deixando ela infeliz? Irritada a ponto de passar mal?

Ele não tinha como argumentar com isso.

- Você vai afastar a nossa filha! – A voz de Aemma saiu chorosa.

Ele tenta se aproximar de Aemma, ver a esposa chorando é sempre doloroso e deixa ele numa confusão completa.

Ele nunca sabe como agir nessas situações. Mas a confusão maior foi pela escolha de palavras... ele ouviu isso antes... ouviu da boca de Daemon, e ele sabia que era verdade.

- Nós estávamos tão bem! Passamos dias ótimos! Eu até assisti futebol! Conheci amigos dela e de Daemon.

- Nossa filha está feliz Vis. A gente não pode privar ela de viver pensando no que pode ou não acontecer. Nós só podemos apoiar e estar sempre de braços abertos para ela.

- Eu preciso pensar Aemma.

Viserys também tinha interesse em Westeros, ele acompanhava as notícias e ele lembrava com carinho de ensinar algumas palavras em valiriano para Rhaenyra. As notícias para ele normalmente demoravam a chegar ou chegavam enviesadas. Ver a quantidade de dinheiro e gente poderosa envolvida nesse “fechamento” do continente fez ele se preocupar com Rhaenyra. A essa altura a existência dela já era conhecida, tanto pela área que ela estuda, quanto pelo envolvimento com Daemon.

E agora esse pedido de casamento... Rhaenyra ia aceitar, ele viu isso desde o início, a forma que ela olha para Daemon e que o corpo dela sempre procura pelo dele... mesmo que seja só para encostar os dedos. Ele conhece a sensação e sabe que no momento Aemma não está olhando para ele assim. Ele precisava pensar. Perder a filha e a esposa...

Viserys pegou o computador e começou a pesquisar tudo relacionado a Daemon. Quando Aemma deitou para dormir ele desceu com o notebook para continuar sua pesquisa.

Rhaenyra continuava no quarto. Com a porta fechada e só falou com Jeyne.

Ele tinha 2 dias para mudar a cabeça de Rhaenyra ou para aceitar um homem quase da idade dele como genro.

Ele virou a noite pesquisando.

Daemon não mentiu, diferente de envolvimento com a Fé... ele era constantemente acusado de intolerância religiosa. O envolvimento com Mysaria era mais complicado, mas mesmo ele conseguiu ver as mentiras nas diversas entrevistas da mulher, ela falaria qualquer coisa para estar em evidência e a todo momento tentava desviar o assunto para a própria carreira.

Ele estava tão concentrado que se assustou com um barulho na escada.

Era Rhaenyra.

- Eu só vim pegar água.

- Nyra...

- Eu não quero brigar pai.

- Não vamos brigar... eu... desculpa gritar com você.

- Eu também gritei pai. Desculpa, eu só não posso...

- Me fala dele.

- O que?

- Do Daemon.

- Pai, se a gente brigar vai acabar acordando a mamãe e tia Jeyne.

Ele vê a desconfiança nos olhos da filha e não gosta nem um pouco.

- Eu quero saber o que você vê...

Rhaenyra continua imóvel. Ela nem mesmo se mexeu para pegar a água.

- Vem filha. Eu pego a água para você.

Os dois sentam na mesa da cozinha mas o assunto não flui.

- Me conta filha.

- Você quer mesmo saber?

- Sim. Eu só vou escutar. Não vamos brigar.

Rhaenyra começa a contar para ele sobre quando chegou em Londres, como se sentiu, sobre como conheceu Daemon e até lembrou ele dos e-mails que ele não respondeu. Quando ela contou do fóssil de dragão ele ficou animado, animado junto com ela, ele quase conseguia visualizar o fóssil de tantas descrições que ela deu.

Ele ouviu ela contar sobre Baelon, sobre o como a cidade que ele mora é bonita. Sobre a arquitetura da casa e como o homem mantém em cada canto memórias da esposa.

Viserys fez pequenas perguntas quando Rhaenyra começou a contar sobre os artigos que escreveu e sobre os alunos na monitoria.

- Nyra, eu quero te pedir uma coisa.

Ele conseguiu ver o receio nos olhos dela e um peso sobre os próprios ombros. Era culpa? Ele podia ter visto essa Rhaenyra de olhos brilhantes desde que chegou, ele viu... por alguns minutos no aeroporto.

- Eu queria que você fizesse algo amanhã com sua mãe.

- Ahmmm tá...

- Ela disse que passou dias ótimos com você. Queria que ela tivesse mais um dia só com você para conversar... bom falar mau de mim sabe?

Ele deu um pequeno sorriso e recebeu um de volta.

- Eu vou levar ela para sair amanhã então. Vou descansar mais um pouco.

Os dois ficam se olhando por mais um tempo sem saber o que falar.

- Uhmm eu vou para o quarto. É... obrigada por me ouvir pai.

- Obrigada você.

Agora ele precisava falar com Daemon. A melhor chance dele era ir na universidade e por isso ele quis se certificar de que Rhaenyra não ia estar lá.

Pensando no passado, sempre nos encontraremosOnde histórias criam vida. Descubra agora