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Malia

Eu estava desconfiada de algo, só não sei de fato o que. Passei a noite com Amanda, Eduarda, Livia e Júlia bebendo vinho e falando as piores atrocidades já ditas por um ser-humano e depois dormimos juntinhas. Amo noite das meninas! Amanheceu e eu sorri de forma involuntária ao ver que Ríos estava me ligando de vídeo, atendi e notei suas olheiras, parecia cansado.

── Meu Deus! Que cara de defunto, você não dormiu? — Perguntei ajeitando o celular sobre a penteadeira do quarto da Duda já que foi na casa dela nosso rolê.

── Bem mal. — Resmungou. ── Como você tá? Tô com saudade!

── Amanhã a gente se vê, passa rápido até. Essa noite nós fizemos a noite das meninas, né? Papo calcinha, juro foi tão libertador. Eu estava precisando disso! — Contei encarando seu rosto através da tela.

── Metade de São Paulo saiu com a orelha ardendo. — Ironizou e eu ri. É verdade! ── Ce tá tão linda.

── Eu recém acordei.

── Continua linda! — Pendeu a cabeça para o lado e parecia pensativo. ── Pô, papo que amo muito tu, quero te ver no meu futuro. Já fez suas malas?

── Nós vamos ficar uma noite, né?

── É mas as comemorações de fim de ano estão aí, eu sei que você não curte mas acho que posso te dar lembranças melhores. Saímos de lá e vamos direto para a casa dos meus pais em Medellin, minha mãe tava perguntando de você.

── Passar as datas de fim de ano com seus pais? — Perguntei, claramente surpresa e ele sorriu de leve, concordando com a cabeça.

── Sim, você topa, né? Só arruma uma mala bem maior!

── Tá, topo, claro!

Será que agora vai? O encarando assim, todo desajeitado eu tenho duas teorias sobre ele: ou é o amor da minha vida e chegou para fazer dar certo ou vai ser minha maior decepção, e eu quero muito que seja a primeira. Abracei minhas pernas e ele me encarou.

── Que foi que ce tá com essa carinha aí? — Perguntou com um sorriso leve. ── Amo quando você fica com essa carinha de boba apaixonada, fica na cara que o que eu sinto é recíproco.

── Lembra quando você me pediu para fazer uma loucura por você?

── Me diz que você tatuou meu nome na sua bunda!

── Não, eu fiz outra coisa, no dia do jogo você vê.

── Vindo de você, coisa ruim com certeza não é. — Riu. ── Mali, eu preciso te contar uma coisa.

── Pode falar! — Respondi ainda abraçada nas minhas pernas, com o rosto deitado sobre os joelhos. Ele parecia nervoso, o que aconteceu?

── Amiga, preciso da sua ajuda. — Amanda parou na minha frente e eu levantei o olhar. ── Sério, é meio urgente, pode deixar seu namorado para depois?

Namorado. Será que um dia a gente vai namorar?

── Colômbia, depois eu te ligo. — Falei e ele cerrou os lábios, concordando com a cabeça. Desliguei. ── Que foi?

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora