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Malia

Conforme eu acordava eu percebi que havia dormido na sala com Richard, estava presa nos seus braços com minha perna sobre o seu quadril. Ao meu lado, o colombiano dormia tranquilamente com a respiração pesada. Me desvencilhei do seu abraço tentando não o acordar, mas foi falho.

── Que horas são? — Perguntou me puxando de novo contra si.

Abracei seu tronco, afundando minha cabeça na curva do seu pescoço e sentindo aquele cheiro maravilhoso que só ele tem. Só ele!

── Oito e cinquenta, tem treino hoje?

── Não! Hoje é sábado, bobinha.

── Hoje é sábado! — Falei arregalando os olhos e pegando meu celular, me sentando rapidamente enquanto o desbloqueava e notava seu olhar confuso sobre mim. ── Caralho, como eu esqueci disso?

── O que foi?

── Hoje sai o resultado do vestibular. — Falei abrindo o site da USP. ── Mês que vem sai do Enem.

── Já decidiu entre pedagogia ou engenharia?

── Eu quero ser rica, Richard, é óbvio que eu não vou seguir meu sonho! — Respondi abrindo o site.

Fiz esse vestibular para engenharia, estava vendo a lista de classificados e senti um desânimo me bater após ver que meu nome não estava em nenhuma posição. Abri a última página da lista e arregalei meus olhos, a euforia me invadiu, me senti igual eu havia me sentido quando descobri que havia entrado em uma universidade pública direto do ensino médio ano passado. É uma sensação indescritível de boa!

── Bom dia para quem é universitária de novo! — Falei com um sorriso largo, joguei o celular de lado e abracei meu namorado novamente, que me agarrou e encheu meu rosto de beijinhos.

── Linda! Falei que você ia conseguir, fico feliz por você. Começa quando? — Perguntou e eu ri.

── Tenho que fazer a matrícula ainda e enviar os documentos, se for igual foi na UFRGS, provavelmente em março.

── Vamos comemorar então!

── Como?

── O que você mais gosta de fazer? — Perguntou se levantando. ── Além de me xingar quando eu te estresso, é claro.

── Açaí! — Falei arregalando os olhos com um sorriso divertido e ele riu, concordando com a cabeça e me puxou com a mão.

Fiquei em pé na sua frente e senti suas duas mãos pararem na minha cintura, grudando nossos corpos em um abraço tranquilo que me transmitia paz. Entrelacei os braços ao redor do seu pescoço e aproveitei da boa sensação.

Será que vai ser assim para sempre? Vamos dar certo? Será que um dia ele não vai acordar e começar a agir igual um babaca igual foi com meu ex? Independente, não posso descontar nele trauma passado que não é fardo dele. Tô me esforçando ao máximo para ser uma boa namorada!

── Açaí! Mas hoje o dia é seu! Nós dois estamos livres, podemos sair para almoçar, de tarde você escolhe o rolê, açaí depois e de noite eu escolho o lugar que vamos jantar. Pode ser? — Sugeriu e eu concordei com a cabeça.

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora