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Richard

A culpa tá me corroendo, eu tô sentindo como se eu houvesse a traído mas não é traição porque não estamos juntos. Tô com medo de falar a verdade e, ou ela dar o troco ou ela vazar da minha vida. Não quero nenhum! Eu só menti e espero ter sido convincente, mas isso não significa que eu não esteja arrependido.

Nem sei porque fiquei com ela, eu realmente decidi fazer uma despedida de solteiro. Já estamos em Washington, Malia dormiu a viagem inteira, depois daqui vamos para a casa dos meus pais que amaram ela e vivem perguntando dela, falta dois dias para o natal e amanhã é o aniversário dela. Lembra quando ela falou que iria fazer uma loucura por mim? Ela tem uma blusa personalizada com meu nome para assistir os jogos, eu achei tão linda a atitude dela. Tô me sentindo horrível!

Fim de tempo, mais briguei do que joguei, tomei dois cartões amarelo. Fui para o vestuário puto da cara e vi os familiares dos jogadores entrando, ela veio até mim com os braços cruzados e aquele tom de serenidade. Toda raiva foi por terra após a mesma me abraçar.

── Eu tô todo suado! — Resmunguei beijando sua testa e ela se afastou.

── E daí? Você tentou, vida, para de se culpar! — Falou encarando meus olhos. Me conhece ao ponto de saber o que eu to sentindo. ── Olha... Pelos meus conhecimentos gerais de futebol que são zero, eu chuto dizer que você foi bem, tá? — Falou com uma feição seria mas eu sabia que ela só tava tentando descontrair e eu dei risada sem nem perceber. Que mulher!

A abracei com força e beijei o canto da sua boca.

── Eu definitivamente não te mereço. — Falei mexendo no seu cabelo.

A Malia é tudo, tudo mesmo! Tem uma postura impecável, é compreensiva, todos que a conhecem se encantam com o seu carisma, é linda, gostosa e literalmente da um chá na cama. Com uma mulher dessas do meu lado eu não preciso de mais nada!

── Para com isso! — Falou segurando minha mão. ── Você tá muito cansado?

── Não para você, por quê?

── Queria sair, vamos viajar de novo amanhã de manhã e temos a noite livre! — Falou e eu sorri de canto.

Eu tô exausto, exausto mesmo, mas dá para fazer esse esforço por ela.

── Quer sair para jantar ou prefere alguma festa?

── Jantar, sem pique para festa.

── Tranquilo, tenho um lugar em mente. — Respondi a encarando e desci o olhar para a sua blusa. ── Que gatão esse cara aí na sua blusa!

── Hm, gostoso, né? — Falou segurando o tecido. ── Eu tô tão desconfortável com alguma coisa, só não sei o que é!

── O que pode ser? — Perguntei confuso.

── Sei lá, pressentimento ruim, intuição, não sei! Enfim, sabe que look eu pensei em usar? Queria por aquela saia preta que eu te mostrei mas ela é muito curta, valoriza o corpo mas tem isso.

── Veste o que você quiser, gatinha, se mexerem com você é problema meu! — Falei agarrando suas bochechas e deferindo alguns selinhos em sua boca.

── Você realmente não liga? — Perguntou surpresa e eu ri. O que o desgraçado do ex dela encheu ela de trauma é brincadeira.

── Eu não, minha mulher é gostosa mesmo, desde que não ande nua na rua. — Respondi e ela riu, me abraçando novamente com um sorriso bobo. ── Linda!

Eu não quero aceitar que não é mais paixão, subiu de nível e eu sei disso porque tá me incomodando o que eu fiz, se fosse só um lance casual eu nem ia ligar mas tá me martelando. Inclusive eu chamei o nome dela com a loira, minha sorte é que as duas tem nome parecido então a Maria nem ligou, e nem foi tão bom assim, tanto que consegui falar português tranquilamente com ela.

Quase nem falei, na real.

Tanto faz!

── Bobão! Amo você. — Falou com um sorriso bobo nos lábios e eu senti meu coração apertar. Não quero que isso acabe. ── Que foi? Tá com uma cara de preocupado.

── Só cansado. — Menti. ── Também te amo, morena!

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora