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Malia

Fui prensada contra parede de uma minúscula sala dentro da boate mesmo e abri um sorriso malicioso para Ríos, que parecia bravo com a situação mas estava bem mais preocupado em percorrer as mãos pelo meu corpo.

── Você fica muito mais gostoso quando tá com raiva! — Falei entrelaçando meus braços ao redor do seu pescoço e o mesmo apertou com força minha cintura.

── Foi por isso que você fez isso? Para me ver com raiva de graça? Conseguiu! — Resmungou puxando meu quadril contra o seu e eu ri anasaladamente.

Levei minhas unhas até sua nuca e arranhei a região, sentindo o mesmo arrepiar. Nossas bocas se aproximaram porém ele parou e se afastou em seguida, negando com a cabeça.

── Que foi? — O encarei.

── Você tá bebada, bebada para caralho, não vou transar com você assim. — Falou com um tom sério e eu ri, me aproximando novamente porém ele se afastou. ── Para, Malia!

Cruzei os braços, o encarando. Eu nem tô tão bebada assim! Percorri meu olhar por todo o seu corpo e parei no seu rosto, ele me encarava com seriedade.

── Não é a primeira vez nossa e eu quero isso, tá bancando o bom moço por quê? — Perguntei me aproximando ainda mais e grudando novamente nossos corpos. ── Por favor! — Pedi baixinho próxima do seu rosto, segurei sua mão e a pousei sobre minha bunda.

Ríos encarou para cima e em seguida me olhou.

── Foi mal, gatinha, eu tô sóbrio e não sou capaz de fazer isso com você. — Falou ajeitando meu cabelo e eu bufei. Desgraça de moleque respeitoso do caralho.

── Já que você não quer, eu vou atrás do Veiga que com certeza vai querer. — Falei me virando e realmente indo, porém sendo impedida pelo mesmo segurando meu braço.

── Tá louca, Malia? Que porra é essa?

── Não sei, pergunta para a piranha que te mandou foto seminua no WhatsApp e você ainda reagiu com coração. — Rebati rápido e ele ficou me encarando, desacreditado.

Colômbia pegou o próprio celular, desbloqueou, abriu na conversa e me mostrou. Era só um catálogo de lingerie e a foto da lingerie estava na modelo, a conversa era com uma loja e a moça pediu para ele reagir no modelo que ele quisesse. Entreabri a boca, surpresa, e levei a mão até a nuca um pouco nervosa com a situação.

── Eu ia comprar para você, sua surtada do caralho. Não era mais fácil me falar que isso tinha te incomodado do que se jogar para o meu colega na minha frente? — Perguntou estressado colocando o celular no bolso.

── Olha só... Eu não tinha o direito porque nós não namoramos, então eu fiquei quieta. — Rebati.

── A gente não namora porque você não quer. — Falou encarando meus olhos e na hora meu coração acelerou. ── Porra, não fico com nenhuma outra mulher, vivo com você, já te assumi e ainda te defendi do que falam de você na internet, o que mais você quer para enxergar que eu tô apaixonado para caralho em tu? Um pedido de casamento?

Na hora eu fiquei o encarando, paralisada e sem saber responder. É recíproco o que eu sinto, eu já sabia disso mas não imaginava que fosse a esse nível. Surtei atoa, arrumei confusão atoa e agora tô me sentindo mal.

── Desculpa. — Pedi desviando o olhar. ── Eu senti muito ciúmes achando que era alguma outra ficante sua, aí achei legal rebater na mesma moeda.

── Não, isso foi infantil! Se algo te incomoda em mim você tem que falar é para mim e a gente resolve com conversa, não sair agindo igual uma adolescente! — Falou e eu fiquei quieta. ── Caralho, foi chato para cacete te ver grudada no Raphael.

Eu acho que eu errei. Me aproximei e fiquei próxima mas sem grudar nossos corpos, sem malícia dessa vez, levantei o olhar para poder o enxergar por causa da diferença de altura e levei minha mão até o seu rosto, segurando a região e em seguida depositando um selinho em seus lábios, esse que foi retribuído no mesmo instante.

── Desculpa, eu entendi tudo errado! Eu só tenho medo de você agir igual um otario comigo e acabo passando na frente por isso, mas sei que é errado, vou tentar trabalhar nisso. É inconsciente!

Eu nunca lidei com um amor assim, só tive uma dependência emocional e com o Richard não é isso, é algo leve, discutimos as vezes mas tem limites também. Eu nunca lidei com uma relação tão preciosa, eu não sei como agir nisso!

── Quantas vezes eu vou precisar falar que eu não sou o otario do teu ex? Não me confunde! — Falou com o tom de voz calmo mexendo no meu cabelo. ── Mas tá tudo bem, só não faz isso de novo. Qualquer coisa que acontecer vamos resolver na conversa sempre!

Concordei com a cabeça e abracei seu tronco, sentindo o mesmo retribuir o abraço. O foda é que o fogo que o álcool e a discussão me deixaram ainda tá presente.

── Colômbia? — Perguntei e o som saiu abafado por conta do meu rosto estar contra seu peito.

── Fala, princesa?!

── A gente pode transar agora? Como reconciliação? — Pedi e o encarei, ele fez sua melhor cara de espanto.

── Meu Deus, Malia! A gente em um momento fofo e você... Para com isso! — Mais gemeu do que falou após eu parar minha mão no cos da sua calça e arranhar essa região específica do abdômen.

── Tem certeza que quer que eu pare? — Perguntei encarando seus olhos e adentrando a mão aos poucos, ele ficou em silêncio. Soltei um sorriso satisfeito.

Consegui o que eu queria, e dessa vez foi tudo!

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora