012

12.6K 681 123
                                    

Malia

Após o ocorrido na festa que me fez perder todo o ânimo, Richard tentou se explicar e, sinceramente? Eu não estava nem aí se ele estava de casal com outra menina ou não, não tenho nada com ele e nem quero. O que temos eu julgo dizer que é mais físico e carnal, quando um chama, o outro vai. Eu gosto disso!

Ele entra no meu quarto mas nunca vai entrar na minha vida, e é exatamente por esse motivo que neste exato momento eu me encontro na varanda do meu quarto, vestida apenas com uma calcinha de renda e uma camiseta do Colômbia enquanto fumava qualquer coisa só para me entreter. Encarei a cidade movimentada pela sacada do décimo andar e suspirei. Ele foi embora tem, aproximadamente, meia hora. Nesse meio tempo, Duda teve uma desilusão amorosa, me ligou chorando e eu falei para ela vir para cá. Pelo menos eu tenho companhia.

── Mas afinal, tá rolando algo entre vocês? — Perguntei soltando fumaça pela boca. ── Firmou um compromisso?

── Ele disse que nós estávamos ficando sério.

── Traduzindo, ele quer você só para ele mas não quer ser só seu e te cozinha em banho maria. — Ela me encarou, apavorada. ── Foi mal, Duda, é a real. Por que não dá uma chance para aquele jogador lá?

── O Piquerez? — Torceu a boca. ── Nós nos beijamos algumas vezes mas ele é todo emocionado, fica querendo levar para jantar, credo!

── Por isso você só se ferra no amor.

Esse conselho que eu tô dando também serve para mim, mas eu vou ignorar isso.

── Ai, Malia, por que?

── Você prefere dar atenção para o cara que só te enrola do que o que te trata bem e faz o mínimo por você. — A encarei. ── De verdade, me diz quais são as chances de um jogador gato, famoso e cobiçado agir igual emocionado com você do nada? Ok, são várias porque você é linda. — Ela riu. ── Mas você entendeu o meu ponto!

── Eu tento dar uma chance para ele, mas com uma condição.

── Qual?

── Você da uma chance para o Richard!

── O Colômbia? Tô fora. — Dei risada.

── Você tá vestindo a camisa dele, Malia.

── É, nós transamos sem compromisso às vezes. — Falei escorada na sacada. ── Amiga, terminei meu namoro tem nem dois meses, cara possessivo, eu prezo pela minha liberdade e não troco ela por homem nenhum mais!

E é um fato! Tenho pavor de pensar em me apaixonar de novo e reviver todo aquele inferno novamente.

── Sei não em, o jeito que vocês se olham, aí tem coisa. — Falou e eu rolei os olhos.

── Acredita que ele me levou para um rolê, cheguei lá e ele ficou agarrado em outra menina na minha frente? — Contei e ela entreabriu a boca, surpresa. ── Ai um outro menino lá me fez companhia e ele quis reclamar depois dizendo que ele tava dando em cima de mim!

── É, porque ele estava com ciúmes! — Riu. ── Vocês ficam a quanto tempo?

── Nós ficamos umas quatro ou cinco vezes só, desde aquele dia da festa que o Jean apareceu. As vezes do nada ele me manda mensagem e eu vou, e vice-versa. As vezes passamos a noite juntos, as vezes não. Eu gosto disso!

── Você gosta de ser usada só para sexo? — Torceu a boca.

── É errado dizer que sim?

── Acho que não!

── Não tem cobrança, ele não fica me brecando de fazer o que eu gosto. Para mim tá ótimo! — Fui sincera.

── Vamos apostar!

── Apostar o que?

── Que você vai se apaixonar por ele! — Falou seria e eu dei risada. ── Se você não se apaixonar por ele, eu faço uma tatuagem na bunda.

── Ta, se eu me apaixonar eu faço uma tatuagem na parte de cima da coxa, no canto interno. — Nós apertamos a mão.

── Seis meses! — Ela concretizou e eu dei de ombros. Ela vai perder mesmo! ── Mas papo reto, vê aí que horas são.

── Duas e dez. — Falei encarando o ecrã do celular.

── Eu sou sua amiga de coração partido, eu acho que é sua obrigação achar uma casa noturna para a gente ir agora! — Falou séria.

── As duas da manhã?

── Não quero chegar em casa antes das nove, eu arrumo o after.

── Bora, vou tomar banho!

É só uma festa mesmo, o que pode dar de errado?

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora