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Malia

── Como acha que vamos estar daqui vinte anos? — O colombiano perguntou comigo deitada sobre seu peito, desenhando com a unha pela região e eu fiquei pensativa.

── Bom, eu tenho dezoito anos, daqui vinte anos eu vou ter trinta e oito, quero ser uma engenheira rica para caralho. — Comentei e ele riu.

── Não! Quer dizer, sim, tenha seu diploma, mas você pode guardar ele na gaveta para viajar o mundo comigo, né? Eu, você e o nosso filho.

── O nome dele vai ser Arthur. — Pontuei. ── Queria mesmo um bebê nosso, com os nossos traços, sei lá, metade meu e metade seu mas adoção também é ótimo!

── Não é porque vai ser adotado que vai ser menos amado. — Rebateu e eu ri. É verdade! ── E como vamos adotar podemos escolher o sexo, e nós dois queremos um menino.

── Eu amo tanto criança, acho que se não fosse pelo salário eu tranquilamente faria pedagogia. — Contei.

── Faz medicina e se especializa em pediatria.

── Área da saúde não é comigo, comentei sobre com você já. — Falei encarando a parede e sentindo seu coração bater. ── Não sei, resultado vai sair em um mês e pouquinho.

── E eu vou estar lá para comemorar com você que a minha mulher, além de gata e gostosa para caralho é inteligente e uma grande engenheira! Era engenharia do que que você fazia?

── Aeroespacial.

── Isso faz o que? Constrói foguete?

── Na prática, sim. Constrói qualquer mecanismo que vá voar, tá no top 5 profissões mais bem pagas no Brasil, mas eu não quero atuar aqui.

── Não vai! Eu provavelmente vou ir para um time maior e você vai morar comigo. Qual a média salarial?

── Dez mil a média, piso oito mil. Vale a pena, é muito cálculo mas eu gosto de exatas!

── Credo, Deus me livre. — Resmungou. ── Mas e a gente? Eu acho que vamos estar casados, né.

── Provavelmente sim.

Silêncio. Silêncio ao lado dele não é silêncio, é algo confortável, é uma sensação boa. Já falei que ou ele vai ser o amor da minha vida que chegou para dar certo ou vai ser a pior decepção da minha vida porque o que eu sinto por ele é muito forte.

── Malia?

── Oi.

── Meia noite. — Falou levantando e eu franzi o cenho. ── Vem!

── Vem a onde, menino?

── Comemorar seu aniversário! Achou mesmo que eu ia deixar em branco?

── Meu amor, é madrugada! Fico feliz que... — Ele me cortou.

── Daora, mas você vai gostar! — Falou de braços cruzados e eu me dei por vencida, levantando.

Peguei um moletom dele e vesti, segurei na sua mão, entrelaçando nossos dedos e descemos até o hall do hotel, fomos a pé enquanto jogávamos conversa fora e de longe eu vi algumas espécie de lanternas ou luzes voando no céu. Que porra é essa? É muito bonito! Me aproximei do campo onde estava cheio de gente junto de Richard, notei que ele saiu do meu lado e eu continuei maravilhada encarando as luzes voando. É muito lindo mesmo!

── Que você quer escrever? — Ríos perguntou vindo até mim com um daqueles balões, um isqueiro e uma caneta e eu abri um sorriso largo. ── Eu sei que você é fã de rapunzel e deu a coincidência do seu aniversário cair justo no dia que esse pessoal faz isso aqui, achou que eu ia te trazer de graça para outro país?

Na hora eu senti meu coração derreter, abri mais um dos mil sorrisos bobos que eu esbocei essa noite e o abracei, o surpreendendo. Richard riu e retribuiu.

── Quero escrever nossas iniciais, aí a gente fica junto para sempre! — Falej animada pegando a caneta. ── Eu escrevo e você acende, pode ser?

── Hoje é você que manda!

Peguei a caneta e escrevi "M+R" e ele acendeu, em seguida jogamos para o ar juntos e eu observei aquela luz voar em direção ao céu enquanto Richard me abraçava por trás. É a primeira lembrança boa que eu tenho do meu aniversário, todos os outros foram horríveis e não é atoa que eu odeio essa data. Odiava. Me virei e encarei meu namorado, que encarava minha boca.

── Feliz aniversário, onça, eu te amo muito e não vejo mais nenhuma outra mulher no meu futuro, não na sua posição, claro! — Encarou meus olhos. ── Você é muito importante para mim.

── Obrigada por isso, Colômbia, eu definitivamente amo a pessoa certa! — Falei com a mão na sua bochecha e encarando suas íris escuras. Seus lábios se curvaram em um sorriso. ── Você tem tornado meus dias mil vezes melhores!

── É, sinto te informar mas na nossa relação a gente só sai de duas forma, ou com a morte separando ou com a cadeia porque, né, você é meio estressada, pode literalmente cometer um crime de ódio qualquer dia e eu não vou te visitar. — Falou e eu sabia que era só para irritar. Muito idiota!

── Para de ser infantil, seu otario! — Falei abraçando seu pescoço e beijando sua bochecha.

── Sou infantil mesmo, me deixa mamar que tá na hora. — Pediu com seriedade e resmungou após receber um beliscão. ── Ai, mulher louca!

── Eu tô em greve com você, esqueceu?

Ele riu e se aproximou, grudando nossas bocas em um beijo lento e calmo. Sua mão desceu da minha cintura para a minha bunda e a puxou contra o seu quadril, me fazendo sentir seu volume. Levei minha mão até sua nuca e arranhei a região, descendo para próximo ao peito sem parar o beijo. Beijo lento da um tesao do caralho, mas quando é com o colombiano só piora a situação.

Ou melhora, depende do ponto de vista.

── Ta mesmo fazendo greve? — Perguntou baixinho contra a minha boca.

Eu não tô e ele sabe disso, esse desgraçado!

dama da noite, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora