7.

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Areia escorrendo
como o tempo
entre os vãos dos dedos,

você desvanescendo,
como eu tento
em vão fazer com o medo

desse tic-tac toda vez que
fecho os olhos

você nos meus braços
o relógio descendo
em contagem,

dez, nove, oito...

por que o tempo tem de ser tão afoito?

me concentro
no aqui
no agora

essa bruxa que chora
até apagar
ou se apegar

sem querer a todas as vidas
que não pode ou quer viver

você continua aqui,
eu checo de antemão
a outro ataque.

Pouso a mão na ampulheta
do seu coração
e o ouço bater em tic-tac.

— Ampulheta

Natureza MortaOnde histórias criam vida. Descubra agora