Capítulo 1

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— Não... Não em meio a um pesadelo distorcido acordo assustado.

Minha mãe parece ouvir tudo e vem verificar o que está acontecendo.

— Outro pesadelo querido?? Pergunta sem hesitar, pois já sabia da minha resposta.

Durante o período que Nortúmbria estava em conflito com o Reino de Gálatas por causa de interesses políticos. Eu era apenas uma criança mas, foi uma coisa que acabou marcando minha infância pois, observei muita gente inocente morrer e só após se tornar adulto percebi a injustiça que ocorreu minha mãe tentou por diversas vezes não deixar eu sair de casa, só que por teimosia naquele dia em questão correr até o jardim para observar o porquê de tanta gente gritando parecia o certo a se fazer e foi aí que percebi um soldado no chão com bastante sangue em volta sua família e uma garotinha em específico na minha faixa etária estava chorando de soluçar com as mãos cheia de sangue. Observei incrédulo aquela cena e minha única reação foi correr para perto dos portões do jardim para tentar ajudar, mas fui puxado pela minha mãe.

— Brett meu filho, não chegue perto dos portões é perigoso vamos, entre.
Lágrimas insistiram em cair sobre meus olhos porque aquela cena me comoveu e até hoje tenho pesadelos daquele dia. Na época tinha 10 anos de idade, hoje com 20 anos a cena ainda me atormenta toda noite enquanto tento dormir.

— Mãe, preciso encontrar essa garota..

— Meu filho, isso já faz bastante tempo porque insiste em querer encontrar ela? — falou ríspida.

— Porque sinto que tenho uma divida com ela, todas as vezes que sonho com essa cena só me lembro da dor que os familiares daqueles soldados sentiram na hora.

— Não temos dívida alguma com ninguém meu querido aquilo foi apenas, uma fatalidade em meio a uma guerra, muita gente morre imagina se vamos procurar todos aqueles que perderam alguém para de certa forma tentar recompensar eles,seríamos mortos. A guerra não permite amizades com inimigos. — Ela sorriu forçadamente e saiu do meu quarto.

Sei que isso ocorreu a 10 anos atrás mas, a imagem daquela guerra onde muralhas foram erguidas, bombas atiradas e tudo o que restou foi muita morte e dor. Exatamente o que aquela garota na época sentiu só queria ter ajudado ela naquele momento não sei porque, um frio na espinha me percorre quando penso nisso.

Por fim sou lembrado das minhas responsabilidades, encaro uma pilha de papel e volto à minha mesa. Diversos ofícios foram colocados nas minhas costas desde que meu pai pareceu enfrentar dificuldades com sua saúde, ele começou a me passar algumas responsabilidades do Rei da Nortúmbria.

— Filho, você é o próximo na linha de sucessão, então tome conta do nosso reino e da sua mãe por mim. —Ele sempre falava isso como se fosse a última frase antes de morrer.

— Pai, você ainda vai governar por muito tempo, não se preocupe. - falei esperançoso.

— Tudo bem, pode ter razão Brett mas, preciso que cuide mais dos ofícios do reino e se atente aos inimigos próximos a nós. — falou se referindo ao Reino de Gálatas.

Bom, o Reino de Gálatas sempre foi um povoado muito pacato já que era composto em sua grande maioria por camponeses que tentavam sobreviver e a alta sociedade que ficava mais ao Sul de Gálatas, grande parte do povo do outro lado do muro em que separava Nortúmbria deles nos odiavam pelo fato dos impostos altos e não dá a menor importância para o social do povoado deles.

O clima frio castigava ainda mais a todos, pois nem sempre os cobertores doados pelo palácio eram suficientes e por isso algumas pessoas morriam de frio todos os anos.

Por fim, Nortúmbria era privilegiada em vários quesitos, do conforto ao luxo de ter o que comer em todas as épocas do ano. Algo que eu pretendia mudar assim que assumisse o reino.

Por Um Trono (Livro 1 Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora