Capítulo 8

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                            Brett

Assim que cheguei em casa fui correndo em direção ao meu quarto não queria ter que cruzar com minha mãe e começar um interrogatório. Estava cansado demais para isso, então fui tomar banho enquanto a água escorria sobre o meu corpo a garota de cabelos castanhos claros, e olhos castanhos escuros e boca desenhada veio à minha mente. Tentei me desvencilhar dos meus pensamentos mas, fiquei me questionando o porquê dela querer mudar a rota da sua casa hoje mais cedo, sei que posso ter passado do ponto com aquela atitude mas, é que aquilo me pegou de surpresa. Será que meu rosto estava tão abatido a ponto dela precisar ter pena de mim? Ou só estava tentando ser legal comigo e estraguei tudo?

Quando já estava prestes a cair no sono o som da porta me fez despertar.

— Brett, meu filho, sei que você está acordado, precisamos conversar.

Sair da cama e fui abrir a porta ela me encarou esperando que falasse algo mas, fiquei neutro.

— Tudo bem, já que você não tem nada para falar vou começar te falando das suas responsabilidades como príncipe. Então lembra aquele papel em que assinou recentemente? Então nele constava que você teria que se casar com alguém para assumir o poder do seu pai sendo assim, enquanto isso não ocorrer você não pode nem sonhar em ser Rei de Nortúmbria. Além de que chamei seu primo para passar um tempo com você aqui ele chega daqui a 1 mês talvez ele te lembre dos seus deveres como príncipe. E sobre a garota que você trouxe aqui espero que não esteja mentindo sobre ela pois irei descobrir.  — falou em tom de ameaça.

Enquanto digerir as palavras e responsabilidades que ela tinha acabado de me jogar passou um filme na minha cabeça que me fez concluir que tudo se tratava de poder, em nenhum momento meus pais se perguntaram se eu queria aquilo para mim era tudo sobre eles já estava farto disso.

— A essa hora a senhora vem falar de responsabilidade para mim? Você e o senhor Darvill nunca se importaram comigo, nunca tiveram responsabilidades de pais, só existe poder e dinheiro que é mais importante do que tudo. E não esqueci das minhas responsabilidades, muito menos de que quase iria casar com alguém que não me amava em prol do que os outros iriam pensar se não assumisse logo o poder de Darvill que tenho. Estou farto disso e por favor peça para o Jordan não vim. Não é o melhor momento agora nem daqui a 1 mês. — Despejei tudo que estava entalado e bati a porta.

Minha mãe ficou aos prantos no meu quarto enquanto eu fugia desnorteado para tomar um ar no jardim e ver as estrelas, pois era o único lugar que me fazia desligar das responsabilidades e das preocupações.

Desde de criança meus pais sempre me trataram com um produto a venda onde eles moldaram da melhor forma e quem desse o maior lance levava. Meu pai sempre foi mais distante desde que descobri que ele traiu minha mãe com uma de nossas empregadas. Por isso toda vez que a história vinha à tona novamente eles discutiam, minha mãe sempre cobrou muito de mim que fosse o filho perfeito e em contrapartida o senhor Darvill me exigia coisa que nem ele era capaz de cumprir como lealdade aos seus eleitores.

Quando acordei dei de cara com Mabel ela estava me encarando. Olhei em volta o sol estava invadindo meus olhos, consegui abrir com dificuldade.

Levantei e consegui proferir algumas palavras.

— O que faz aqui senhorita ? Falei meio atordoado.

— Hoje começaram as investigações, o senhor esqueceu ?

Acabei esquecendo completamente que na noite anterior tinha dito que começava hoje a procura pela pessoa que matou o irmão da Mabel.

— Desculpe, hoje não é um bom dia para fazer isso. Falei indo em direção e deixando ela sozinha no jardim.

— O que? Você disse que iria me ajudar e agora diz que não é um bom dia para fazer isso? Ela estava irritada.

Recuei meus passos e voltei ao jardim, fui me aproximando e a medida que fiz isso, Mabel me observava incrédula com o que tinha acabado de escutar da minha boca.

— Tudo bem vamos fazer isso, você não tem culpa de nada do que está acontecendo comigo mesmo. Falei com desdém.

Fomos caminhando até a sala onde pedir licença antes para tomar um banho e trocar de roupa enquanto Eny minha criada servia torradas com geleia de morango e café para ela.

Assim que me troquei desci as escadas e avistei os olhos castanhos escuros me encarando e por um segundo minhas pernas falharam na escada mas, me recompus rapidamente. Mabel percebeu e começou a rir.

Sentei na poltrona frente a ela e comecei

— Bom, o que você recorda daquele dia? Falei cortando o clima.

— Não muito, só lembro de chamar pelo meu irmão e um soldado que estava bem atrás dele atirou não deu para ver seu rosto pois, tudo ficou embaçado em minha mente depois disso até o emblema de qual lado pertencia o soldado não conseguir enxergar.

— Você sabe se seu irmão tinha inimigos?

— Todo reino de Gálatas era seu maior inimigo, pois ele servia a vocês.

Já era de se esperar a resposta da Mabel de certa forma tudo isso poderia ser evitado se meu pai fosse mais, pacificio com o povo e tivesse diálogo para saber o que realmente os eleitores queriam ao invés disso ele parecia ignorar os problemas vizinhos e dava atenção aos que prometiam ser fiel ao seu governo.

— Sinto muito por isso, mas, acredito que ao menos o governo de Matt Darvill ajudou sua família com o custo do velório e de maneira financeira certo?

— Desculpe mas, essa ajuda que o senhor está falando não chegou até nós. Meus pais e toda família tiveram que trabalhar ainda mais para custear o velório e as contas que não paravam de chegar. O Martin sempre nos ajudou nesse sentido, então fez bastante falta no começo.

Respirei fundo e dei por encerrada a nossa conversa não queria escutar mais sobre as atrocidades do meu pai.

— Tudo bem senhorita, isso é tudo. Vou pedir para levar até em casa. Falei fechando o caderno de anotações.

— Só isso? Acredito que só passou de um interrogatório para saber como o governo do seu pai destruiu minha família. Pensei que você fosse diferente mas, vejo que é igual.

Por impulso acabei puxando-a para perto.

— O que pensa que está fazendo senhorita? Você não me conhece, não tire conclusões precipitadas, só estou tentando mapear os fatos antes de qualquer coisa. – falei furioso

Sua respiração estava ofegante, suas mãos trêmulas e seu coração batia rápido demais. De repente comecei a reparar melhor nela seus cabelos castanhos claros, ondulados, seu vestido era rosa com flores amarelas e seus lábios desenhados se mexiam em protesto querendo argumentar algo. Então ela se inclinou e nossos lábios se encontraram era como se eu fosse atingido por fogos de artifícios mas, então recuei lembrei de que não podia fazer isso. Ela pareceu protestar mas, aceitou logo em seguida.

— Não posso fazer isso desculpa.

Não podia me apaixonar novamente nem cogitar isso agora seria, minha ruína ter meu coração partido duas vezes.

Mabel ficou parada no meio da sala atordoada enquanto fui até o jardim pensar no que acabei de fazer.

Por Um Trono (Livro 1 Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora