Por Um Trono (Livro 1 Concluído)

Capítulo 7

                             Mabel

Confesso que não sei o que deu na minha cabeça de ter ido até o palácio enfrentar os Darvill pois, sabia da má fama deles desde de pequena eles nunca deram atenção suficiente para as pessoas que viviam do outro lado do muro por outro lado a realidade do palácio e da alta sociedade de Nortúmbria era totalmente distinta deles. Em certo ano aconteceu de camponeses morrerem de fome ou de frio. Poucas vezes, vimos doações por parte do palácio, meus pais sempre reivindicaram seus direitos indo até as ruas protestarem mas, os guardas eram imparciais a revolta jogavam bombas para dispersar e até entravam em confronto com os camponeses. Porém, sentir verdade na fala do príncipe Brett quanto ao meu irmão sinto que ele não tem nada haver com essa história só que mesmo com a transição dele para o novo governo ele ainda tinha o sangue Darvill na veia.

—  Sua mãe não pareceu gostar nada da minha visita ao palácio. —  falei quebrando o gelo que se instalou na carruagem a caminho da minha casa.

A mãe do Brett tinha cabelos grisalhos, preso em um coque, seus olhos eram castanhos escuros, seu rosto era marcado pela expressão do tempo, em algum momento achei eles bem parecidos.

—  Vou precisar dar um jeito nisso, já que vamos nos vê com frequência para investigação e para todo efeito você é minha amiga da aula de música.

Apenas assenti, mesmo sem entender o porquê dele mentir para mãe dele. Em uma outra hora iria confrontar ele sobre isso. Fomos em silêncio o restante do percurso. Brett parecia estar longe em  pensamentos observando a janela da carruagem, então não quis atrapalhar. Seu olhar era triste, distante.

—  Conheço um lugar. Falei em alto e bom som e  o senhor que estava dirigindo a carruagem freou.

Brett foi para frente imediatamente e quase que seu rosto vai de encontro a madeira da carruagem ele me encarou com um olhar assustado.

Coloquei a mão no rosto boquiaberta "Droga" protestei.

— O que pensa que está fazendo senhorita?

— Pensei que seria uma boa ideia distrair a sua mente dos afazeres. Sorri forçado.

— Pensou errado, senhorita. Vamos Ethan continue o trajeto original.  Sua expressão agora era de irritado.

Dessa vez ele se fechou ainda mais então decidir fazer o mesmo até chegar em casa.

Assim que avistei as flores tímidas no campo me fez recordar os dias que meus irmãos e eu brincávamos e sorrimos felizes juntos uma lágrima escorreu sobre meus olhos Brett pareceu notar pois, pegou um lenço e fez menção que iria enxugar minhas lágrimas mas, fui depressa limpando.

— Boa noite!! Falei descendo da carruagem às pressas para casa.

Mas só então percebi que ainda estava usando o casaco que o príncipe tinha me emprestado. Voltei correndo para devolver.

Brett arqueou as sobrancelhas ao me ver correndo em sua direção.

— Seu casaco, senhor . Coloquei em suas mãos, nesse momento um choque entre elas me fez recuar.

Ele pareceu surpreso ao verificar do que se tratava e apenas assentiu, sussurrou um "Boa noite, Mabel" e sumiu do meu campo de visão.

Todos já estavam dormindo quando cheguei, exceto minha mãe.

— Porque demorou tanto, filha? E o que você foi fazer no palácio já te disse para ficar longe dessas pessoas. — Bravejou ela se aproximando de mim.

— Mãe, não briga comigo, tá bom? Estava só tentando buscar o culpado pela morte do Marth, me desculpa. -Falei em meio às lágrimas.

Nesse momento ela me abraçou forte e de repente me senti grata por ter uma família que sempre que as coisas desmoronaram estava lá do meu lado não importava as circunstâncias.

— Oh minha querida me desculpe, só estou preocupada com você e vejo que tenho razão a morte do seu irmão foi dolorosa para todos nós mas, não pode viver em função disso já tem anos desde que aconteceu e não existe nada que possamos fazer a não ser seguir em frente e viver Mabel.

Nesse momento apenas assenti que minha mãe estava certa desde que o meu irmão morreu, nada tinha sido como antes. Existia uma versão minha com o Martin e uma versão sem ele e essa última me doía todos os dias.

Acontece que quando você perde alguém que ama uma parte sua vai junto. O Martin era o melhor irmão que poderia ter nessa vida ou em outras. Era carinhoso, compartilhamos segredos, ríamos juntos, brigamos diversas vezes mas, sempre voltamos um para o outro porque existia um amor que compartilhamos um com o outro que era único.