Capítulo 12

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                            Brett

Assim que cheguei todo derrotado no palácio com a camisa semi aberta lavrada de sangue e ferimentos pelo corpo. Minha mãe foi logo fazendo escândalo típico dela.

— Meu Deus, Meu Deus!!!  O que aconteceu com você meu filho?  Sente-se aqui e me conte.

—Mary não seja insensível, nosso filho precisa de remédios e curativos não está vendo. Outra hora ele conversa conosco.

Pela primeira vez meu pai fez um comentário sensato, agradeci a ele e fui até o quarto.

Entrei e tranquei as fechaduras.

Ouço uma voz do outro lado da porta é Eny minha criada.

Abro e dou de cara com ela se explicando.

— Senhor, trouxe curativo e remédio, o rei Darvill mandou. Ela sorriu forçadamente e me entregou uma caixa de primeiros socorros.

Aquilo me pegou de surpresa pois, meu pai nunca se preocupava o bastante comigo ou talvez ele escondia isso muito bem.

— Obrigado, Eny. Retribui o sorriso e fechei a porta.

Tomei banho, me sentei sobre a cama e coloquei o remédio sobre minha pele que ardia, em seguida peguei o curativo e de repente Mabel invadiu meus pensamentos ela ficou chateada comigo sabia disso porque sair daquele jeito atrás da Bethany e a ignorado talvez tenha feito ela ter tirado suas próprias conclusões e agora quer se afastar.

Adormeci pensando mil possibilidades. Assim que acordei parecia que tinha sido atropelado tudo em mim doía mas, às responsabilidades me chamavam.

De repente ouvi uma conversa na cozinha entre meu pai e minha mãe e  ele pareceu furioso. Observei bem a cena e notei a presença da Bethany ela estava chorando.

Estava atrás da parede então resolvi colocar um pé mas, recuei ao ouvir meu pai bravejar.

— Como você teve coragem de botar a vida do nosso filho em jogo dessa forma Mary?

Minha mãe ficou imóvel sem reação alguma.

— Anda estou esperando sua resposta , e você Bethany não tem vergonha de vim até aqui depois do que aconteceu com o Brett. As duas poderiam se considerar mortas se algo de grave acontecesse com meu filho.

Meu pai encurralou ainda mais as duas ao contar que arquitetaram juntas uma guerra no sul de Gálatas para que eu fosse até lá e conseguisse se reconciliar com a Bethany.

Então caiu a ficha de que estava sendo enganado, minha mãe só queria me forçar a ficar com alguém que era de sua escolha. Precisou planejar uma guerra fútil que ela pode até achar que não trouxe grande estrago mas, gerou medo, pessoas feridas e morte. De repente sentir vergonha, misturada com raiva da minha mãe por ter causado pânico, dor e cicatrizes em pessoas inocentes.

— Fiz tudo isso para o bem do nosso filho Darvill.

— Da mesma forma que você fez comigo? Tentando me dopar de remédios para que o Brett assumisse a Coroa mais rápido Mary.

Meu pai se exaltou tanto a ponto de levantar a mão para minha mãe. Então entrei rapidamente no meio dos dois.

Ela estava desolada no chão chorando enquanto sussurrava “ Me perdoa meu filho” só queria que você construísse uma família e construísse seu próprio império.

Apenas ignorei suas palavras eram vazias para mim naquele momento. Meu pai deu de costas e saiu da cozinha.

Bethany por sua vez só colocou a mão sobre meu ombro e sussurrou um “Sinto muito” com a voz ainda embargada do choro.Retirei imediatamente e retruquei.

— Não estou surpresa com você já esperava qualquer coisa Bethany.

Dessa vez lágrimas de arrependimento surgiram eu seu rosto ela apenas assentiu e saiu correndo cabisbaixa.

— Filho, me perdoa por favor. Foi a vez da minha mãe suplicar de joelhos.

— Não volte a se referir até mim dessa forma nunca mais. Você tentou contra minha vida mesmo que indiretamente, fez com que meu pai assinasse papéis de inaptidão, jurou para mim que era só uma indisposição quando era você que dava remédios para que ele enlouquecesse e eu assumisse essa maldita coroa. É sério que ainda quer meu perdão depois de tudo isso?

Minhas palavras pareciam atravessa-la mas, ao invés disso ela proferiu ainda mais seu veneno.

— Sabe Brett, você sempre foi muito mimado, frágil mas, vejo que isso mudou, então vou contar para você uma coisa da qual talvez nunca me perdoe. Aquele soldado que foi morto durante a guerra na sua frente na verdade foi ordem minha. Seu pai nunca quis escândalos então resolvi mandar matar alguns de nossos soldados para que a mídia caísse em cima dele na época foi uma maneira de vingança já que tinha acabado de descobrir uma traição do seu pai como foi um suposto atentado ao palácio ninguém nunca soube ou desconfiou de mim.

— O que? Foi tudo que consegui dizer.

Meu semblante mudou drasticamente, era como se estivesse em uma realidade paralela mas, a fúria surgiu como cinzas e soltei toda raiva presa.

— Você é uma cobra, não sei o que meu pai vai fazer com toda essa situação sua mas, quero distância de pessoas manipuladoras, egocêntricas como a senhora. — Gritei.

Eny minha criada ficou boquiaberta ao ouvir minhas palavras, corri os olhos para a presença ao lado dela era Jordan meu primo ele tinha acabado de chegar pois, segurava sua mala de mão enquanto observava toda situação.

Sabia que em algum momento ele iria nos visitar só não imaginaria que fosse hoje. Olhei em sua direção seu olhar era de autopiedade sua aparência tinha mudado bastante desde a última vez que nos vimos. Ele estava mais forte, seu cabelo em um tom acobreado todo para trás, o colete era vermelho com uma blusa branca e calça branca por debaixo, seu semblante era sério e seus olhos cor de mel dava um charme a mais para ele.

Minha mãe se levantou depressa  e correu até ele.

— Jordan, meu querido.

‘’Oi tia Mary’’ ele sussurrou e então sorriu forçado para ela.

Ela engoliu em seco e saiu em direção ao seu quarto.

— Desculpa vir sem avisar primo é porque soube do que aconteceu com você e fiquei preocupado já que faz um bom tempo que as responsabilidades não me deixam sair para respirar vim para cá.

— Tudo bem, primo, fique o tempo que precisar, talvez sua companhia me ajude .  Falei ainda processando tudo que tinha acontecido.

Jordan me abraçou e pediu para que Eny trouxesse whisky para nós.

Entre uma dose e outra meu primo suplicou.

— Você sabe que pode contar comigo certo? Ouvi um pedaço da sua conversa com a tia Mary e percebi o clima pesado entre vocês. Então se precisar desabafar estou aqui.

Estava grato por ter ele ali naquele momento. Assenti e sussurrei um "Obrigado ".Logo em seguida mostrei o quarto de hóspede onde Jordan ia ficar e depois fui andando pelos corredores na direção do meu quarto.

O dia parecia não ter fim, além de descobrir que a pessoa que deveria me proteger e confiar na verdade era alguém que desconhecia agora. A única coisa que restou foi meu pai, Jordan, para chamar de família.

— Senhor, esqueci de avisar mas, uma jovem apareceu mais cedo atrás do senhor e sua mãe que foi falar com ela no final da conversa estava chorando.

Soltei um “Droga” alto demais o olhar de Eny se voltou para mim assustada. O que minha mãe falou para Mabel dessa vez.

— Obrigada por avisar Eny. Falei batendo de leve em seu ombro enquanto corria em direção a Aldry, meu cavalo.

Não podia deixar as coisas mal resolvidas com a Mabel talvez ela me odiasse nesse momento mas, preferia tirar minhas próprias conclusões.

Por Um Trono (Livro 1 Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora