— Line... você tá acordada?
Uma voz calma me chamou, um tanto quanto estranhamente familiar. Eu abri meus olhos, vendo Coraline a minha frente, abaixada na beirada da cama. Um carinho era depositado na minha cabeça com leveza e cuidado.
Típico de minha irmã.
Eu fechei meus olhos, aproveitando o quentinho da cama.
Espera.... minha irmã?
Assim que a olhei, ela ja se encontrava em pé, remexendo meu armário procurando algo para que eu me vista. Aquela era a minha casa. Eu reconhecia as paredes decoradas com ladrilhos italianos junto do chão escuro de madeira. Eu estava em casa. Eu estava de volta.
Mirei Coraline, sorrindo levemente ao ver sua grande barriga completamente marcada pelo vestido azul florido que tinha escolhido usar. As joias douradas brilhavam com o sol que entrava pelas janelas adornadas com as cortinas claras.
Tudo foi só um sonho.
Virei meu rosto com o bater na porta do meu quarto. Damiano apareceu ali, como sempre muito bem arrumado. A camiseta com as mangas arreadas e por dentro da calça de alfaiataria e um cinto falsificado da Gucci.
Ele chegou perto de minha irmã, a dando um forte abraço pela cintura, colocando a mão em sua barriga crescente, o rosto enfiado na curvatura de seu pescoço. Não pude deixar de sorrir.
— O que acha de nadarmos? Dina falou que achou um num lugar mais afastado. — a morena falou em italiano, não especificamente pra alguém.
— EU OUVI O QUE VOCÊ TÁ FALANDO SENHORITA CORA! — a voz de Dina foi escutada do andar de baixo da casa, sendo seguida por risadas de Vicenzo e Antonella.
Eu suspirei em alívio por um momento, colocando minha mão na frente do meu rosto, tampando meus olhos da luz cruel. Eu estou em casa.
As vozes foram lentamente sumindo, o sono voltando com tudo em minha direção. Eu sentia minha cabeça pesar assim como minhas pálpebras, depois meus braços, minhas pernas e desde então não escutei mais nada.
Não parecia ter se passado muito tempo.
Abri meus olhos novamente, o silêncio predominava a casa. Uma coisa muito incomum conhecendo minha família. Afastei minha coberta, sentindo meu corpo se arrepiar pela falta de um quentinho que estava sobre ele. Coloquei meus pés na pantufa de monstrinhos que mamãe havia me dado de aniversário do ano passado.
Sai de meu quarto. Tudo estava escuro. As janelas e cortinas estavam fechadas, me dando um sentimento estranho de falta de ar. Desci as escadas segurando minha respiração, as mãos apertadas em punhos sendo escondidas pelo moletom preto de Vicenzo.
Todos estavam de cabeça baixa, olhando para nada que parecia ser específico.
— Galera? — eles não olharam, nem mesmo meu pai me olhou — O que tá acontecendo? Por que vocês tão no escuro assim? Ta a casa toda fechada, aconteceu alguma coisa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Phantons - School Bus Graveyard
FanfictionCeline Moretti Boehler, uma garota aparentemente normal, a vida perfeita, os pais perfeitos, aparência perfeita, notas perfeitas. Mas nem tudo é como parece. E de um dia ao outro, Celine é teletransportada para uma dimensão paralela todas as noites...